MG – Mariana: a Chernobyl brasileira

Do distrito de Bento Rodrigues, destruído pela lama, sobraram ruínas e lembranças

Por Ana Lúcia Azevedo, em O Globo

MARIANA (MG) — Toda noite, Antônio Alves senta-se sob um manacá no mesmo banco da Praça Gomes Freire, em Mariana. Para sentir “o cheiro do pertencimento, buscar a vida que tinha”. O perfume das flores lembra a seu Antônio, de 69 anos, sua terra, varrida deste mundo. Ele era de Bento Rodrigues, o distrito rural de Mariana tragado pela tsunami de lama e rejeitos de minério de ferro, no último dia 5, no maior desastre ambiental da História do Brasil.

Os manacás e tudo mais no povoado do século XVIII se perderam sob o mar de lama. Bento, como chamavam os moradores, se tornou uma Chernobyl brasileira. Não há contaminação radioativa, como na cidade ucraniana. Não há mais nada. Só a onipresente lama, que condenou Bento Rodrigues à desolação. (mais…)

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