Somos todos indígenas e estamos na luta pela CPI do Genocídio

Movimentos Sociais e Indígena do Mato Grosso do Sul, no Cimi

Os movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso do Sul, reunidos no dia 22 de setembro de 2015, reafirmam seu total apoio a luta dos povos indígenas por seus direitos, como os de retomar os seus territórios e terem a possibilidade de construir uma vida mais justa e digna.

Denunciamos, mais uma vez, indignados, que em nosso Estado, Mato Grosso do Sul, uma parte dos fazendeiros e seus jagunços tem atuado, através de milícias armadas, que, em menos de um mês, desferiu doze ataques paramilitares contra o povo Guarani Kaiowá dos Tekohá Ñanderú Maragantú, Potrero Guasu, Guyra Kamby’i, Pyelito Kue e Kurupi. Como resultado desta verdadeira guerra, o líder Guarani Kaiowá, Semião Vilhalva, foi assassinato, três indígenas foram baleados por arma de fogo, vários foram feridos por balas de borracha, dezenas de indígenas foram espancados. São fortes também os indícios de que indígenas sofreram tortura e há denúncias da ocorrência de um estupro coletivo contra uma Guarani Kaiowá. (mais…)

Ler Mais

Mudanças climáticas e a cosmovisão Ashaninka

Erika Mesquita[1], em ClimaCom Cultura Científica

Ao redor do mundo, diversos povos são regidos por calendários criados a partir de uma interpretação dos astros ou de conjuntos de estrelas que fornecem símbolos para cada povo apreender os fenômenos meteorológicos e assim realizarem seus ciclos agrícolas de plantio e coleta. Katz, Goloubinoff e Lammel (2008) relatam, por exemplo, que entre os indígenas do México existe o conhecimento de que o desaparecimento das Plêiades no céu ao anoitecer e o aparecimento de Vênus representam o começo da estação chuvosa. Com esse enfoque, Faulhaber (2004), em seu estudo sobre os Ticuna, relata que a relação entre o movimento das estrelas no céu ao longo do ano e a influência da sazonalidade das chuvas e da estiagem estão manifestos nos aspectos mitológicos e cosmológicos deste povo. Além da interpretação dos corpos celestes, a observação das plantas e o comportamento dos animais podem representar pistas para se entender o clima. A percepção de indivíduos sobre as variações climáticas a partir da observação da natureza de acordo com sua cultura é objeto de estudo da antropologia do clima, também chamada de Etnoclimatologia, que é o que busco trazer sobre o olhar do povo Ashaninka no Brasil. Em linhas gerais, Faulhaber (2004) define a antropologia do clima como a análise da relação entre os fatores do clima e as culturas humanas, enquanto uma interação bidirecional. (mais…)

Ler Mais

Povos indígenas do Brasil terão o desafio de coordenar o Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI)

Conselho Indígena de Roraima – CIR

De acordo com o Decreto Presidencial n. 7.747, de 5 de Junho de 2012, que instituiu a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), dando continuidade do processo de execução dessa política, os povos indígenas terão o desafio de coordenar o Comitê Gestor da PNGATI, a partir da primeira reunião já marcada para o período de 17 a 20 de novembro, em Brasília. (mais…)

Ler Mais

Cacique Tupinambá de Olivença denuncia Governo Brasileiro e setores do agronegócio ao mais violento ataque aos povos indígenas do Brasil

O jovem Cacique Ramon Ytajibá Tupinambá, líder da Aldeia Tukum, do povo Tupinambá de Olivença, localizada no sul da Bahia, a cerca de 450km de Salvador, denunciou o governo brasileiro e os setores ligados ao agronegócio, ao mais violento e sistemático ataque sofrido pelos povos indígenas ao longo destas décadas. Participando em Asunción no Paraguai, no período de 17 e 18 de setembro de 2015, na primeira reunião regional dos povos indígenas e afro-descendentes: “Consulta e Participação dos Povos Indígenas”. A reunião regional foi organizada pelo Instituto Inter-Americana de Direitos Humanos (IIDH) e do Ministério da Defesa Pública do Paraguai (MDP), reuniu representantes dos povos indígenas do Paraguai, Argentina, Brasil e Chile, como parte da implementação de um projeto liderada pelo IIDH, em “A aplicação prática da Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas no sistema interamericano de proteção dos direitos humanos”. A reunião regional dos povos indígenas e afro, foi realizada no Auditório do Ministério da Defesa Pública, com a participação de consultores do Instituto Americano de Direitos Humanos e Defensores Públicos do Paraguai. (mais…)

Ler Mais

À Sra. Juiza

Em Minas Gerais corre o processo contra o fazendeiro João Fábio Dias, acusado, dentre outros crimes, de tentativa de homicídio. Em uma decisão quase inédita, João Fábio teve a prisão decretada, ficou foragido e agora, livre, lança tiros ao alto para assustar quilombolas

Ana Mendes – Fotografando Povos Tradicionais

A agenda para último dia de trabalho foi acompanhar o advogado André Alves até o Acampamento Santa Fé. Desde janeiro do ano passado ele está assessorando o caso do Quilombo Nativos do Arapuim, no município de São João da Ponte, em Minas Gerais. O grupo está precisando de apoio jurídico, pois há cerca de um ano sofreu uma tentativa de homicídio por parte de um fazendeiro de nome João Fábio Dias, o “patrãozinho”. Patrãozinho era como ele era chamado pelos três homens encapuzados que chutavam e queimavam com cano quente a cabeça de 12 pessoas estiradas no chão. De bruços, protegendo as crianças que ali estavam, eles ouviam os homens armados deliberando sobre suas vidas, “ o que a gente faz com eles, patrãozinho? Mata e põe fogo em tudo?”. Assim relataram as vítimas ao Ministério Público Federal que decidiu intervir depois da notícia do episódio ter repercutido internacionalmente.“O que estamos acostumados na lida dos conflitos socioambientais é a utilização do peso da lei por parte da polícia, Ministério Público e Judiciário somente para os pobres e desvalidos. No caso dos quilombolas Nativos do Arapuim, num primeiro momento, o peso da lei penal atingiu o latifundiário, mas por pouco tempo.”, explica o advogado se referindo ao pedido de prisão preventiva que recaiu sobre João Fábio Dias, deixando-o foragido por quase oito meses.    (mais…)

Ler Mais

FOIRN participou do Diálogo Intercultural entre os Povos da Amazônia, realizado na Colômbia

FOIRN

A FOIRN fez parte do encontro “Diálogo intercultural entre os Povos Indígenas da Amazônia Brasileira, Colombiana e Venezuelana, realizado em Puerto Inirida, no município de Guainía, na Colômbia. Evento que reuniu organizações indígenas desses três países, como a COIAB (Brasil), OPIAC (Colômbia), ORPIA (Venezuela) e a COICA – Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônia. (mais…)

Ler Mais

Para compreender os conflitos entre fazendeiros e indígenas em Mato Grosso do Sul

Por Jorge Eremites de Oliveira* e Paulo Marcos Esselin**, na Folha de Dourados

Há muito os problemas que atingem os povos indígenas em Mato Grosso do Sul ganharam manchete na imprensa regional, nacional e internacional. Todos os anos índios são mortos e nada é feito de objetivo para mudar a realidade. Autoridades eleitas pelo povo, como vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, prefeitos e governador, mandato após mandato e salvo honrosas excessões, simplificam o problema. Ao fazerem  isso, rechaçam o enfrentamento da questão fundiária, causa maior dos conflitos entre fazendeiros e comunidades indígenas. (mais…)

Ler Mais

Vítimas de uma guerra amazônica

Eliane Brum – El País

A saga de João e Raimunda tem seu ápice em dois atos de uma guerra amazônica não reconhecida pelo Estado e pela maioria dos brasileiros. Ainda assim, ela está lá. Aqui. Essa história, decidida neste momento no Pará, na região de Altamira e da bacia de um dos rios mais ricos em biodiversidade da Amazônia, o Xingu, é contada por um homem e por uma mulher, apenas dois entre dezenas de milhares de expulsos pela hidrelétrica de Belo Monte, gente que hoje vaga por um território que não reconhece – e no qual não se reconhece. Mas esta não é mais uma entre tantas narrativas dramáticas em um país assinalado pela violação sistemática dos direitos de negros e de indígenas. Raimunda e João trazem inscritos no corpo uma encruzilhada histórica. A de um país que chegou ao presente, depois de tanto ser futuro, e se descobriu atolado no passado. O epílogo de um partido que chegou ao poder com a promessa de dar dignidade aos mais pobres e aos mais desprotegidos e os traiu na porção mais distante do centro do poder político e econômico, a Amazônia. Esta é também a anatomia de uma perversão: a de viver numa democracia formal, mas submetido a forças acima da Lei. O não reconhecimento da violência sofrida inflige a suas vítimas uma dor ainda maior, e uma sensação de irrealidade que as violenta uma segunda vez. É a experiência de viver não fora da lei, mas sem lei que escava a existência de Raimunda e de João – e os faz escolher destinos diferentes diante da aniquilação. (mais…)

Ler Mais

O seletivo olhar policial

O braço armado do Estado sempre teve a função de manter os privilégios da elite branca, seja por meio da prisão, ou do extermínio da população negra

Texto: Pedro Borges / Ilustrações: Vinícius de Araujo – Ponte

“Glória em Canudos, e, de armas e almas”. “Feijó e Tobias, legaram-na aos seus, tornando-os vigias, da lei, e paulista”. “por mercê de Deus”. Esses são alguns trechos do hino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, uma instituição que em nada respeita o fato do país ser laico e faz desastrosas homenagens, tanto ao massacre de Canudos, como aos líderes separatistas Feijó e Tobias, este último também símbolo daquela que é considerada a tropa de elite da polícia paulista, a ROTA. (mais…)

Ler Mais

La Vía Campesina impulsa declaración internacional de los derechos de los campesinos y campesinas en el Consejo de Derechos Humanos de ONU

La Via Campesina

Una delegación de campesinos y campesinas de La Vía Campesina de África, Asia, América Latina y Europa han venido a Ginebra con motivo del trigésimo período de sesiones del Consejo de Derechos Humanos, que lo hará votar pronto para seguir trabajando para completar el desarrollo de una “declaración internacional de los derechos de los campesinos y otras personas que trabajan en las zonas rurales”. Durante muchos años, la Vía Campesina, con el apoyo de las ONG ha denunciado delante de este organismo de la ONU abusos de los derechos básicos que los campesinos y las poblaciones rurales son víctimas de todos los continentes, como reglamentos de exclusión de tierras accaparemment, la represión dirigentes campesinos, daños a la salud por los agroquímicos. (mais…)

Ler Mais