Mariana edificara sua arquitetura através da mão de obra escrava, pois possuía um grande número de escravos durante a produção aurífera. Quando o ouro entrou em declínio no final do século XVIII, os escravos eram comercializados entre os diferentes grupos sociais, haviam senhores donos de escravos, negros libertos e escravos que eram senhores de escravos.
A sociedade se tornou mais diversificada, com um novo tipo de povoamento: “o urbano” que estabeleceu múltiplas atividades econômicas, apoiadas na manutenção da mão de obra escrava através da reprodução natural.
A cidade se valeu do tráfico interno de escravos por longos anos, suplantando o abolicionismo. Uma vez que os senhores donos de escravos de Mariana não se anulou aos maus tratos contra os negros, estes não deixaram de fugir para constituir quilombos.
Muito se discute acerca de comunidade quilombola nos dias atuais. Atribui a existência de quilombos antes da abolição em 1888; como o Quilombo dos Palmares entre outros chamados de (Quilombos históricos).
Todavia, a existência destes grupos nos dias atuais, como o caso de Vila Santa Efigênia, Embauba, Engenho Queimado e Crasto, comunidades já reconhecidas pela Fundação Cultural dos Palmares. E ainda, Barroca, Pombal, Campinas, um grupo de pessoas em uma rua de Furquim e outras, ainda não reconhecidas chamadas de (Quilombo Conceitual).
Estas comunidades carregam não só uma reprodução material e física, mas também cultural, simbólicas e religiosas, elementos de uma herança cultural.
Procurando manter estas culturas e fugindo dos maus tratos, muitos negros se embrenharam nas matas procurando refúgio, e nestes locais construíram cabanas, plantaram a terra, constituíram famílias e admitiram fugidos de outros locais formando sociedade.
Constituir quilombo, então, tornou-se um imperativo de sobrevivência, visto que a Lei Áurea os deixou abandonados a própria sorte, além disso, enfrentaram resistências e preconceitos de uma sociedade que os desrespeitavam.
Entretanto, a busca por remanescentes de quilombos na Vila Santa Efigênia, Embauba, Engenho Queimado e Crasto, bem como o registro de identificação (Certidão de autodefinição), foi de muita importância, pois, buscam melhores condições de vida para estas pessoas, tendo em vista que mesmo no século XXI estes tem vivido a mercê de uma sociedade preconceituosa, sendo excluídos das políticas públicas sociais.