Escritório de direitos humanos da ONU condena morte de líder guarani-kaiowá no Brasil

ACNUDH condenou a morte violenta do líder indígena Simião Vilhalva, ocorrida em 29 de agosto de 2015 no território indígena guarani-kaiowá de Ñande Ru Marangatu, município de Antonio João, Mato Grosso do Sul.

ONU Brasil

O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) condenou nesta quarta-feira (2) a morte violenta do líder indígena Simião Vilhalva, ocorrida em 29 de agosto de 2015 no território indígena guarani-kaiowá de Ñande Ru Marangatu, município de Antonio João, estado de Mato Grosso do Sul, no Brasil.

O representante para América do Sul do ACNUDH, Amerigo Incalcaterra, expressou suas condolências à família da vítima e instou o Estado brasileiro a realizar uma investigação rápida, independente e exaustiva para esclarecer os fatos e levar à justiça os responsáveis pela morte.

“A demora excessiva na demarcação das terras tradicionais, as ordens de despejo por parte das autoridades e a violência que sofrem os povos indígenas no marco de suas reclamações estão entre as principais razões dos enfrentamentos violentos com outros atores na região”, afirmou Incalcaterra.

O representante do ACNUDH pediu publicamente ao Estado que garanta o respeito e a proteção dos direitos humanos dos povos indígenas, incluindo seu direito às terras. “Chamamos as autoridades nacionais a parar os despejos do povo guarani-kaiowá das suas terras ancestrais e a finalizar urgentemente o processo de demarcação de terras”, disse.

No último dia 11 de agosto, a relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, exortou o governo do Brasil a garantir que os direitos humanos dos indígenas guarani-kaiowá sejam plenamente respeitados, destacando que em nenhum caso os povos indígenas devem ser obrigados a abandonar seus territórios.

Imagem: Rezadoras guarani-kaiowá em reunião da Aty Guasu, em 2012. Foto: Marcello Casal/Abr

 

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