É essencial se compreender que a última Terra Indígena Guarani e Kaiowa regularizada foi em 1928, essa terra foi demarcada pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) em 1915.
Em primeiro lugar, o governo e a justiça federal deveria fazer demarcação das terras indígenas e julgamento e punição aos fazendeiros assassinos indígenas. Sem punição aos fazendeiros assassinos e mandantes de extermínio indígenas não vai parar as ações de extermínio/genocídio em andamento no Mato Grosso do Sul incitados pelos políticos anti-indígenas. Não existe nenhum fazendeiro assassino julgado e punido pela justiça do Brasil.
Em primeiro lugar, a demora eternamente de demarcação e regularização das terras indígenas pelo governo e justiça Federal aumenta as ações de genocídio, extermínio e violência contra os Guarani e Kaiowa no Mato Grosso do Sul.
Os povos indígenas despejados/expulsos sempre são pacientes, aguardando a demarcação na beira das estradas e denunciando as ações de extermínio/genocídio financiados pelos fazendeiros e políticos anti-indígenas.
É fundamental se entender que todas as frações de Terra Indígena Guarani e Kaiowa que foram identificadas e demarcadas em meados de 1980 e 1990 pela Fundação Nacional de Índios (FUNAI) não são regularizadas definitivamente, todos os processos de demarcação são paralisados eternamente na Justiça Federal, a mando dos fazendeiros. A Justiça Federal demora década para julgar o processo enquanto isso os Guarani e Kaiowa sofrem miséria, fome, violências diversas, ameaça de morte, assassinatos, humilhações, ataque, etc. Os fazendeiros continuam explorando e arrendando essas terras indígenas já demarcadas e judicializadas. Nesse contexto a solução definitiva é a regularização e demarcação definitiva e dar posse das terras aos povos indígenas Guarani e Kaiowa.
Importa se compreender que os 46 mil Guarani e Kaiowá ocupam menos de 20 mil hectares.
Por exemplo, a demarcação do tekoha Ñanderu Marangatu-Antonio João-MS foi demandada em 1970 e 1980 pelos Guarani e Kaiowa, a identificação dessa Terra Indígena começou só 1990, é demarcadas com a extensão de 9.000 mil hectares. Essa Terra Indígena é homologada em 2005 pelo Presidente da República do Brasil, Senhor LULA. Diante disso, o Ministro Nelson Jobim do STF atendeu ao pedido dos fazendeiros mandou atacar e expulsar os Guarani Kaiowá no dia 15/12/2005. Ao mesmo tempo, a fazendeira Roseli Silva contratou o grupo de segurança armado GASPEM para ameaçar e assassinar os líderes indígenas. No dia 24/12/2005 o líder Dorvalino Rocha foi assassinado pelo grupo GASPEM, a mando de fazendeira.
No dia 15/12/2005, mais de 400 indígenas Guarani e Kaiowa foram expulsos e largados à beira de BR/rodovia onde nasceu e cresceu o Simião Vilharva, neto de líder Quitito Vilharva in memoriam, na época Simião era criança, tinha 13 anos de idade. As comunidades de Simião passaram a esperar pacientemente a decisão do STF desde 2005, passada uma década, centenas de crianças nasceram e cresceram sofrendo na beira da estrada como Simião Vilharva.
As lideranças do Aty Guasu povo Guarani e Kaiowa cada mês viajaram à Brasília, demandando a demarcação e regularização das terras, denunciando as violências contra indígenas. Assim, os líderes Guarani e Kaiowa são pacientes e sempre buscam o diálogo de 1990. Por causa de demora de demarcação, após aguardar década, todas as pessoas idosas já morreram, mas em meados de 1990, nasceram e cresceram centenas de jovens indígenas na beira da estrada. Na última década, no Mato Grosso do Sul, os fazendeiros e políticos anti-indígenas ampliam as violências, genocídio e ameaça de morte coletiva contra indígenas vulneráveis.
Diante disso, as reivindicações escritas dos povos indígenas, baseados em direitos foram e são sempre encaminhadas às autoridades nacionais e internacionais, tentando se comunicar sempre com o governo e justiça, porém as demandas indígenas e direitos indígenas são ignoradas pelo governo e justiça do Brasil. Em primeiro lugar, demandada pelos indígenas é sempre a posse das terras indígenas, denunciando sempre o ataque genocida de forma terrorista às crianças, mulheres, idosos (as) vulneráveis que continuam ocorrendo no Mato Grosso do Sul.
Nós povos indígenas Guarani e Kaiowa continuaremos pedindo a demarcação e denunciando as ações de extermínio/genocídio financiados pelos fazendeiros. Os fazendeiros exploram e lucram dinheiros das terras indígenas e utilizam os recursos contra os próprios indígenas. Denunciamos que os fazendeiros lucram das terras indígenas e financiam as violências e genocídio contra os povos indígenas Guarani e Kaiowa
Tekoha Guasu Ñanderu Marangatu, 31 de agosto de 2015
Lideranças de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowa
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