Sociedade deve ir para a rua, diz sociólogo português Boaventura de Souza Santos

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil

O resgate da democracia, sequestrada pelas forças do mercado, será feito com a retomada das ruas pela sociedade, único espaço ainda não colonizado. A análise é do sociólogo português Boaventura de Souza Santos, que participou no Rio do seminário Cultura e Política, iniciativa do programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura.

O encontro de Boaventura com estudantes e professores ocorreu no Teatro de Arena na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na última quinta-feira (29), quando o intelectual falou e respondeu perguntas da platéia. Entre os assuntos principais abordados, ele destacou o esgotamento da democracia representativa tradicional, na qual se elegem políticos para representar a população, e a busca pela democracia participativa, com atuação direta dos eleitores, seja através de plebiscitos ou por manifestações de rua. (mais…)

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As razões que levaram à Frente Povo Sem Medo

Guilherme Boulos, do MTST, aposta: agravamento das condições de vida levará maiorias a buscar saída não-capitalista. Por isso, é possível vencer os conservadores nas ruas

Entrevista especial à Redação de Outras Palavras

Na última quinta-feira (8/10), quando o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), comandou o lançamento da Frente Povo Sem Medo, num ato em São Paulo, houve quem estranhasse. Há muito, os sem teto criticam a recusa da esquerda que hoje ocupa o governo a estimular a mobilização por mudanças estruturais no país. Apontam o acomodamento desta esquerda à política dos palácios. Denunciam a opção do segundo governo Dilma por um “ajuste fiscal” que corta direitos sociais, enquanto multiplica o pagamento de juros à oligarquia financeira. Por que motivo, então, fariam também parte da Frente Povo Sem Medo (aqui, sua Carta Convocatória) organizações claramente identificadas com o apoio ao governo, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Nacional dos Estudantes (UNE)? (mais…)

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O imobilismo e a tentativa de resgatar o sentimento progressista. Entrevista especial com Talita Tibola

“A emergência e o crescimento dos círculos de cidadania ao longo de 2015 é uma iniciativa, entre outras, que busca uma recomposição para sair do imobilismo, sem recair nas falsas polarizações e sem, no entanto, pretender repetir junho de 2013″, avalia a psicóloga

Por Patricia Fachin – IHU On-Line

Junho de 2013 significou “a perda do medo e a retomada do político pela população”. Contudo, “depois de junho”, restaurou-se o medo, fragmentou-se a mobilização e houve uma divisão ainda maior entre partidos políticos e movimentos sociais, afirma Talita Tibola, psicóloga que vem estudando as manifestações políticas que têm surgido no país nos últimos anos. (mais…)

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Tiros em Junho de 2013: “a ordem partiu de quem?”

Dois anos depois de perder um olho, alvejado pela PM, fotógrafo Sérgio Silva propõe reflexão sobre violência policial contra as manifestações sociais e as periferias 

Por Tadeu Breda – Outras Palavras

Sérgio deixou-se levar pela emoção quando invadiu a cena, “Seu filho da puta!”, gritando. Tinha seu pesado instrumento de trabalho pendurado no pescoço. “Não está vendo que isso aqui é uma câmera?!”, berrou, enquanto o policial de mentira, atônito, se encolhia na cadeira. Há exatamente dois anos, naquela mesma esquina, o policial de verdade não viu que Sérgio trazia nas mãos uma máquina que produz nada além de imagens digitais. Não quis ver: dentre os vários tiros de bala de borracha que disparou, um bastou para destruir o olho esquerdo do fotógrafo. Em cheio. (mais…)

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Desembargador suspende processo contra 23 ativistas no Rio

Segundo decisão, acusação de corrupção de menores terá de ser explicada. Processo fica suspenso até 7ª Câmara julgar termos de alegação final

Henrique Coelho – Do G1 Rio

O desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara, deferiu nesta segunda-feira (18) uma liminar que suspende o processo contra 23 ativistas acusados de associação criminosa e atos violentos em protestos de 2013 e 2014. Com a decisão, o processo fica suspenso até que uma acusação de corrupção de menores usada nas alegações finais pela promotoria, citando também a associação criminosa e o uso de armas, seja julgada pela 7ª Câmara Criminal. No entendimento do desembargador Siro Darlan, ela ocorreu apenas nas alegações finais do processo. (mais…)

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MPF investigará se governo do Paraná violou direito de professores em protestos

Da Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná informou ontem (13) que instaurou procedimento para investigar possíveis violações de direitos humanos por parte do governo do estado durante os protestos de servidores, a maioria professores, no dia 29 de abril, em Curitiba, em frente à Assembleia Legislativa. A ação da Polícia Militar (PM) para dispersar os manifestantes deixou mais de 200 feridos. (mais…)

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O mal-estar e o esgotamento de propostas. Entrevista especial com José Luiz Quadros [ótima!]

“Entre as causas ocultas da crise, é clara a intenção de privatização da Petrobras e entrega do petróleo do ‘pré-sal’ às empresas concorrentes”, afirma o pesquisador

Por João Vitor Santos e Patricia Fachin – IHU On-Line

O “mal-estar” que se manifesta nos protestos realizados no país em 2013 e neste ano é um efeito da “crise radical da civilização moderna e o esgotamento de suas propostas”, diz José Luiz Quadros à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Para ele, esse mal-estar é “subjetivo” e decorrente do “modo como experimentamos” as crises econômica e política na sociedade. (mais…)

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As manifestações de Março de 2015 são o avesso de Junho de 2013. Entrevista especial com Giuseppe Cocco

“As metrópoles hoje são gigantescas jazidas de produção de valor: de um outro tipo de valor. Por exemplo, uma metrópole sem carros, cheia de trens, bikes e também cheia de árvores e hortas!”, afirma o cientista social. Segundo ele, “auto-organização e autoprodução são hoje um terreno possível e imediato”

Por Patricia Fachin e Ricardo Machado – IHU On-Line

A história só se repete como farsa e é por isso que as manifestações de 13 e 15 de março fracassaram ao recuperar junho de 2013, embora também estivesse presente nos eventos. (mais…)

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