Caro Temer, todas as cartas de amor são ridículas. Mas nós também somos, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

A primeira carta de amor que escrevi foi ridícula. Não o ridículo vindo da autocrítica, essa megera que nos assola, prima-irmã da culpa cristã. Muito menos o ridículo inerente a todas as cartas de amor, mote que virou até comercial de lingerie fazendo com que o cadáver de Álvaro de Campos (a.k.a Fernando Pessoa) desse cambalhotas em sua cova.

O ridículo foi que, quando eu era um pequeno ser, não tive a coragem de entregar uma cartinha para a menina bonita que não dava bola pra mim. Daí, ao tentar coloca-la sorrateiramente em sua mochila, logo depois do recreio, fui flagrado por uma amiga da menina bonita que correu para ela e disse algo do tipo: “Olha, o Leo tá abrindo sua mochila!”. Até explicar que o focinho de porco não era uma tomada, o estrago já havia sido feito, com aquela sala de fedelhos transformada em um pandemônio. (mais…)

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Impeachment: legalidade e legitimidade

Por Murilo Gaspardo, no Correio da Cidadania

O impeachment é uma decisão política juridicamente fundamentada. Consequentemente, na análise do pedido de impedimento contra a presidenta Dilma Rousseff, as considerações sobre sua legitimidade e legalidade são indissociáveis.

Preliminarmente, é preciso ressaltar que, no Brasil, vige o sistema presidencialista de governo, que tem, entre suas características fundamentais, a eleição do chefe do Poder Executivo para mandato por prazo fixo e sua irresponsabilidade política. Isso significa que, diferentemente do que ocorre no parlamentarismo, a perda de maioria parlamentar – geralmente antecedida por um descontentamento popular com o governo – não é razão suficiente para sua queda. Não obstante se reconheça que o presidencialismo apresenta uma séria de problemas, como o reforço da personalização do poder e a dificuldade para lidar com crises, nas duas vezes em que, na história republicana brasileira, a população foi chamada a se manifestar sobre o sistema de governo de sua preferência (1963 e 1993), a opção foi pelo presidencialismo. (mais…)

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PSDB, o sócio de Eduardo Cunha no golpe

IHU Unisinos

“O momento não é para omissões, pois o impeachment, tal como está posto, é um golpe e a defesa da democracia não comporta neutralidades. O impeachment carece de um fundamento jurídico e desta forma, esse instrumento constitucional, que deveria servir apenas para superar crises derivadas de crimes de responsabilidade do mandatário supremo da nação, está sendo degradado à condição de mero instrumento de luta pelo poder. Abre-se um procedente perigoso para o futuro da democracia, pois qualquer oposição pode lançar mão desse instrumento para instruir lutas políticas menores”, escreve Aldo Fornazieri, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em artigo publicado por Jornal GGN, 07-12-2015. Eis o artigo:

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O imobilismo e a tentativa de resgatar o sentimento progressista. Entrevista especial com Talita Tibola

“A emergência e o crescimento dos círculos de cidadania ao longo de 2015 é uma iniciativa, entre outras, que busca uma recomposição para sair do imobilismo, sem recair nas falsas polarizações e sem, no entanto, pretender repetir junho de 2013″, avalia a psicóloga

Por Patricia Fachin – IHU On-Line

Junho de 2013 significou “a perda do medo e a retomada do político pela população”. Contudo, “depois de junho”, restaurou-se o medo, fragmentou-se a mobilização e houve uma divisão ainda maior entre partidos políticos e movimentos sociais, afirma Talita Tibola, psicóloga que vem estudando as manifestações políticas que têm surgido no país nos últimos anos. (mais…)

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‘A dívida grega, assim como a brasileira, é odiosa’

Para a brasileira que atua na Comissão da Verdade da Dívida Pública da Grécia, a dívida grega é mero veículo de corrupção e expropriação.

Najla Passos, Carta Maior

A brasileira Maria Lúcia Fattorelli recebeu incrédula a notícia de que o governo grego firmou novo acordo para renegociação da dívida pública do país. Um acordo que, se for aprovado pelo parlamento, obrigará a Grécia, em troca de um socorro financeiro de cerca de 80 bilhões de euros, a se submeter ao mais severo programa de austeridade fiscal já proposto na zona do euro. (mais…)

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Marcelo Semer: …Golpismo à brasileira veste roupagem jurídica…

No estado democrático, o direito não pode existir como forma de sepultar a vontade das urnas

Por Marcelo Semer, em Sem Juízo

A necessidade de aprovar uma reforma para o Judiciário foi o pretexto empregado pelo general Ernesto Geisel para justificar o fechamento do Congresso em 1977. Com base em atos institucionais que haviam sido escritos pela própria ditadura, editou-se, no entanto, o Pacote de Abril que, entre outras atrocidades, desfigurou a representação parlamentar para aumentar o suporte congressual ao regime. (mais…)

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Golpes na Argentina, Venezuela e Brasil?

Os três países têm vários traços em comum. Em todos eles, a direita partidária sofreu duras derrotas eleitorais nos últimos anos. Forças contrárias ao neoliberalismo, com suas nuances e ritmos diferenciados, chegaram ao governo – e não ao poder

Por Altamiro Borges – Brasil de Fato

Há algo muito estranho ocorrendo em três países decisivos na geopolítica da América Sul. A Venezuela, rica em petróleo, enfrenta uma onda permanente de desestabilização – com sabotagem no abastecimento de produtos básicos, choques violentos nas ruas e ameaças de golpes militares contra o presidente Nicolás Maduro. Na Argentina, segunda economia da região, está em curso um processo de judicialização da política que pode desembocar na cassação da presidenta Cristina Kirchner. Já no Brasil, a principal força no tabuleiro político do subcontinente, a direita mais suja do que pau de galinheiro se traveste de vestal da ética, bravateia a tese do impeachment e incentiva as marchas dos grupelhos fascistas. O que explica esta sinistra coincidência? Os EUA, que sempre trataram a região como o seu quintal, têm algo a ver com esta onda nitidamente golpista? (mais…)

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