No 30/11/2015 as 14h45min, nós Matís se reunimos na sede da nossa associação AIMA e discutimos os problemas muito graves que afeta nós e decidimos fazer nosso informe para conhecimento das autoridades da situação que estamos enfrentando, muito grave.
Nós Matís na oportunidade da Conferencia Regional de Politicas Indigenista – CRPI que foi realizado aqui em Atalaia do Norte nos dias 29 a 31 de outubro de 2015, reunimos com os Marúbo, Matís e FUNAI na pessoa do Bruno Cunha Pereira – Coordenador Regional da FUNAI e Carlos Travassos – Coordenador de proteção de índios isolados e de Recente Contato da FUNAI de Brasília, onde pedimos a FUNAI para mandar duas equipe de servidores.
Uma equipe para permanecer e ficar na comunidade Paraíso para verificar a presença dos Korubo isolado a fim de impedir conflito que possa vir a acontecer. E outra equipe para fazerem remoção dos Korubo que se encontrava sobre cuidado da saúde pela equipe da FUNAI e SESAI. Mas FUNAI não mandou.
Chegou para buscar os Korubo, chegou apenas o Fabricio Amorim, de Brasília, e a equipe daqui mesmo, para trazer os Korubo. Sendo assim interferimos, porque queríamos nossa segurança e pedimos que o Fabricio Amorim ficasse com nós na comunidade, foi como intervimos para que ele ficasse. Porque a FUNAI vem usando nós para sermos interprete e fiscalizadores, ou em todas as expedições usa nós colocando a nossa própria vida em risco, e não traz mais equipe. Nessa hora depois do contato esses funcionários não querem escutar o nosso pedido. Esse nosso pedido é para não haver mais massacre dos Korubo contra Matís. Se isso acontecer os Matís pode revidar de novo e pode haver mais mortes. Pedimos a presença da FUNAI que está omissa nessa situação para a proteção e a integridade das duas etnias. Agora nós Matís não vai mais deixar FUNAI entrar na aldeia se não falar com presidente da FUNAI e ouvir de nós os erros que seus funcionários estão cometendo na nossa área com nós.
Assim, continuamos sem apoio da FUNAI. Ultimamente recebemos comunicado que o coordenador da FUNAI estava mandando o Vitor (TXAI) e o Shell do Rio Purus, mas para fazer uma missão de pesquisa e resgatar cerâmicas Matís nas antigas aldeias Matís no Alto Rio Branco com apoio do Museu do Índio e ficar apenas uma semana. Nesse caso não aceitamos, queremos a presença constante de servidores e não um trabalho paliativo da FUNAI, a pesar de nós mostrar a gravidade da situação na nossa área.
Nós não entendemos porque o coordenador da FUNAI quer impedir que nós tenhamos contato com os Korubo. Porque os Korubo estão presente diariamente nas nossas aldeias pegando macaxeira, banana e batata. Nós entendemos a fala deles, somos interpretes da língua Korubo. É melhor a FUNAI fazer um posto e permanecer com os Korubo no local para outros Korubo que viesse procurar seus parentes encontrar nesse lugar, e não ficar transportando para outras localidades, é isso que revoltou os Korubo e aconteceu a morte do Matís e não pode acontecer de novo. Mas FUNAI não quer falar entender nossa preocupação.
A FUNAI quer fazer os Korubo como se fosse animal, pegar de um lugar e colocar onde a FUNAI quer. Para nós Matís, os Kurubo querem contato. Quando queremos explicar para o coordenador, ele não quer ouvir nós e chamou professor Makê Matís de burro quando falou no rádio e disse que iria proibir os Matís continuarem trabalhando na FPEAVJ, apesar de ele não entender a língua dos Kurubo daqueles que são mais agressivo e daqueles que são menos agressivos. E nós Matís conhecemos porque entendemos a língua, é como demostraram com o ataque dos KORUBO a aldeia TODOAK que matou os Matís.
Os Korubo continua próximo das nossas aldeias, inclusive na noite de 06/11/2015 vimos Korubo no terreiro da aldeia. No dia 18/11/2015, vimos Korubo atravessando em 03 canoa de paxiuba indo rumo ao rio Itacoaí. Vai acontecer mais contato
Antes do Fabricio Amorim transportar daqueles que eles fazendo contato, nós que levamos mandioca e banana para os Korubo comer, depois queríamos falar com os Kurúbo, mas o Fabrício, Jaste e Dr. Lucas da SESAI impediram que nós falasse com eles e ameaçou de chamar Policia Federal. Os próprios funcionários da FUNAI está jogando de encontro com nós.
Na descida ao rio um Marúbo que trabalha na FPEAVJ virou a canoa e quase se afogou por pouco não morreu afogado. O Fabrício trouxeram os Korubo coberto com lona para passar na aldeia Paraiso. Isso para nós é jogar de encontro com outra etnia. E depois culpam nós Matís que somos contra os Kurubo, culpara nós até que quebramos motor 40HP.
Diante de tudo que está acontecendo, muita briga, conflito e sem ajuda da FUNAI, estamos pedindo mais uma vez uma audiência urgente com presidente da FUNAI, antes que aconteça outro conflito, antes que fique ainda pior. Caso acontecer conflito, os Matís vão revidar, o que não queremos que isso aconteça, queremos evitar que chegue esse ponto e mais mortes de novo.
A FUNAI diz que mandou muita gente para cá agora. Mas não é verdade que tem funcionário suficiente. Se fosse suficiente, estava acontecendo fiscalização com eficiência e não teria conflito. FUNAI só mandou Fabrício vir. O que acontece que a FUNAI usa apenas mão de obra indígena que colocam em risco suas vidas. Ou pode ter problema maior porque os Korubo e outros grupos de isolados estao aparecendo em todas as aldeias do Vale do Javari e porque não ter a atenção do presidente da FUNAI.
O que vem acontecendo aqui no Vale do Javari é a omissão da FUNAI que não atende o nosso pedido, que não manda funcionário, que não manda equipe na aldeia. Foi como procuramos divulgar nossa carta porque não está bem, ta muito grave a situação e vai acontecer mais problema, mais morte e a FUNAI não está preparado para resolver uma situação dessa com os índios.
A FUNAI está perdendo controle sobre seu trabalho com os Matís e Korubo porque não entende. Nós estamos em perigo de acontecer qualquer outro conflito. Enquanto isso, não estamos sendo ouvido pelos presidente da FUNAI. A FUNAI deve escutar nós. Matís não vamos deixar FUNAI mais entrar na aldeia se presidente não receber nós
Essas informações já vem sendo informado pela UNIVAJA através de informe para as autoridades. Já foi enviado carta da UNIVAJA e nós mandamos outra pedindo vinda do presidente para área para um diálogo com os povos indígenas, antes que aconteça outros problemas piores, porque não estamos bem, já saiu na revista carta capital que a situação aqui é muito grave e é verdade, e a FUNAI diz que não é verdade e não escuta nós mas é mentira da FUNAI.
Estamos passando uma situação difícil. Os funcionários não moram junto com nós eles vivem na cidade e não sabem de nada do que acontece nas aldeias. Eles sabem só apresentar relatório que fala tudo que se escreve e tudo é bonito, como se tivesse tudo tranquilo, na verdade é nada disso, tudo que a FUNAI fala que diz que aqui está bem é mentira, fala que ta tudo bem mas não é verdade.
Estamos pedindo apoio das organizações governamentais e não governamentais e parceiros para ajudar divulgar nossa situação muito grave no Vale do Javari, porque a FUNAI só que usar nós na hora que eles precisam do nosso trabalho para andar no mato ou fiscalizar e não mandou equipe de servidores que prometeu na reunião e que precisa.
Queremos uma audiência urgente com presidente da FUNAI João Pedro para ele mesmo escutar nós diretamente, e não por meio do seu coordenador local nem do coordenador da CGII que já falaram e não fizeram. Os funcionários da FUNAI proíbe nós ter contato com outro povos, contrariando a união dos Matís com outros povos quando convidamos para participar das assembleias. Se continuar assim vai ficar pior e não queremos mais mortes.
Quando o Sdney Possuelo era chefe da FPEAVJ, tinha recursos humanos suficiente, equipamento nas bases hoje e atendia o nosso pedido, os atuais servidores não atende. Sabemos que conseguiram através do CTI e FUNAI muito dinheiro, mas não sabemos como está sendo investido, falam em nosso nome e depois gasto dinheiro e dizem que estão ajudando os índios e cuidando dos korubo, o que não é verdade.
Vimos pedir apoio dessa nossa verdadeira versão e pedimos que divulguem por meio de impressa sobre a real situação que estamos passando.