Hidronegócio: Para onde vai a água numa crise construída? Seminário na USP, 18-23 de maio

O Seminário Hidronegócio: Pra onde vai a água numa crise construída? ocorrerá entre os dias 18 a 23 de Maio, nos Anfiteatros da Geografia/História – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo.

Este evento visa problematizar as formas de apropriação das águas na sociedade, em meio ao processo de privatização de recursos naturais que se intensifica. Como forma de ampliar a visão da atual crise hídrica da região Sudeste do Brasil, o seminário pretende promover articulação e debate entre atores que constroem o enfrentamento da crise, trazendo reflexões e perspetivas ausentes nos discursos da mídia e dos governantes.

A iniciativa do seminário surge de questionamentos levantados durante o II EISA (Encontro Iniciativas Socioambientais) que ocorreu em novembro de 2014. De tais questionamentos nasce a iniciativa de realizar um seminário específico sobre a questão da água e a crise hídrica pela qual tem passado a região metropolitana de São Paulo, bem como seus desdobramentos em outras cidades da região Sudeste e nas zonas de expansão das obras de captação de água para abastecimento. Trazemos também algumas experiências ocorridas em outros estados e países a fim de aprofundar a análise. Abaixo segue programação completa.

PROGRAMAÇÃO

MESAS DE DEBATE

MESA 1 (18/05 à noite): OURO AZUL: Á ÁGUA ENQUANTO MERCADORIA

• Oscar Olivera Foronda – Exdirigente da Coordinadora en Defensa del Agua y de la Vida – Cochabamba – Bolívia – Entre sonhos, lutas e realidades: a guerra da água na Bolívia, 15 anos depois.

• Hector Mondragon – Economista e escritor-ativista do coletivo Pueblos en Camino – Colômbia – Água não é mercadoria: resistências na América Latina.

• Marta Inez de Medeiros Marques – Professora do Departamento de Geografia USP – Novas formas de privatização e produção da natureza. A recente expansão da indústria de papel e celulose no campo brasileiro.
• Marzeni Pereira – Tecnólogo em Saneamento da SABESP – Privatização do saneamento.

MESA 2 (19/05 à noite): INDÚSTRIA DA SECA: A PRODUÇÃO DA ESCASSEZ E O CONSUMO DE MASSA

18h – Exibição do Documentário “Compartilha Ciclovida: A construção da autonomia no semiárido” (lançamento do DVD)

• Ivânia de Alencar e Manoel Inácio do Nascimento – camponeses do movimento Ciclovida – Assentamento Barra do Leme – CE – A indústria da seca e as resistências camponesas no semiárido nordestino.

• Larissa Mies Bombardi – Professora do Departamento de Geografia – USP – Exportação de água em comodities, o consumo doméstico de água no prato e a irrigação da miséria do campo.

• Bernadete Maria Coêlho Freitas – Professora de Geografia da Universidade Estadual do Ceará – Implicações do agrohidronegócio e das politicas publicas de irrigação e o papel das resistências no estado do ceará.

MESA 3 (20/05 à noite) – APROPRIAÇÃO OU EXPROPRIAÇÃO? CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS DOS USOS DA ÁGUA

• Fernando Nadal – Professor do Departamento de Geografia-USP – A solução da escassez pelo aumento da oferta – o caso da transposição do rio Paraíba do Sul para o rio Guandu.

• Ruben Siqueira – Membro da CPT e da Articulação Popular São Francisco Vivo – Terra, água e resistência popular: para que e para quem corre o rio são francisco?”

• Leonardo da Silva – Guarani-Mbyá da aldeia Peguao Ty l – Sete Barras-SP – O uso da água por populações indígenas criminalizado por órgãos do governo.

• Dênis Rodrigues e Renata Lacerda – Grupo Águas do Ribeira – O Vale do Ribeira e o Sistema São Lourenço – populações invisíveis, recursos naturais na vitrine.

MESA 4 (21/05 à noite) SÃO PAULO: A CARA TURVA DA ÁGUA NA METRÓPOLE

• Vanderli Custódio – Professora do Instituto de Estudos Brasileiros- USP – A apropriação dos recursos hídricos e o abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo.

• Caio Silva Ferraz – Diretor do projeto Volume Vivo de jornalismo investigativo – Mudanças atuais nos sistemas de abastecimento de São Paulo

• Ronaldo do Pantanal – membro do MULP – Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal – Enchentes induzidas: as operações das barragens do rio Tietê e os impactos no Jardim Pantanal – São Paulo

• Alexandre Delijaicov – Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP – O modelo rodoviarista de cidade e o plano de hidrovias para São Paulo

MESA 5 (22/05 à tarde) ALTERNATIVAS: GESTÃO E SANEAMENTO

• Ladislau Dowbor – Professor de Economia da PUC-SP – Administrando a água como se fosse importante

• Luca Peres – Integrante do Escritório Piloto – Escola Politécnica- USP – Saneamento alternativo em áreas periurbanas.

• Lucas Ciola – Ikobé Cooperativa de Bioconstrução e MUDA-SP – Uso de água da chuva, tratamento descentralizado de esgotamento sanitário com filtragem biológica e banheiros secos.

MESA 6 (22/05 à noite) ALTERNATIVAS: PLANTIO E MANEJO DE ÁGUA (AGUAFLORESTA)

• Sueli Furlan – Professora do Departamento de Geografia da USP – Florestas culturais: manejo sociocultural, territorialidades e água.

• Newton Barbosa Campos – Coordenador do Projeto Plantadores de Água – Alegre-ES – Experiências de conservação, manutenção e plantio de águas na Serra do Caparaó – ES

• Ramón Bonzi – Mestre em infraestrutura verde pela FAU-USP – Pesquisa, intervenções e mapeamento das águas no sitio urbano de São Paulo

• Eugênio Giovenardi – Ecossociólogo, fundador da Reserva Ecológica Sítio das Neves e representante da Olho d’água – GO – Águas acima: o manejo ecológico de nascentes e as técnicas alternativas de micro-barragens (“barragem castor” feita com cupinzeiros).

Fonte: Seminário Hidronegócio: Para onde vai a água numa crise construída?

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