RJ – Manifesto contra as remoções

O Prefeito EDUARDO PAES, explicitando os seus compromissos eleitorais com a indústria imobiliária, voltou a sua mira, agora, de novo, para a Vila Autódromo, na Barra.

A estratégia é de “guerra”: a) – propaganda para desqualificar as pessoas que moram no local; b) – insinuações de que (copiando o que mostra o filme Tropa de Elite 2 ) são as milícias que controlam o lugar; c) – sugestão de que há dinheiro bastante para “corromper” os moradores que colaborarem com as forças de ocupação, e assim sucessivamente.

Tudo isso é feito descaradamente, sem qualquer respeito à Lei Orgânica do Município, que proíbe, expressamente, no seu artigo 429, VI, esse tipo de remoção.

Por trás dessa política de PAES há interesses escusos, especialmente de uma indústria que está à procura de terrenos baratos para sair da crise imobiliária que se avizinha.

Se os cidadãos responsáveis – a despeito da tentativa de O GLOBO considerar-nos de antemão, sem direito ao contraditório, defensores de “interesses políticos, ideológicos e especulativos” (? ) – não impedirem esse massacre, os brasileiros que moram na Vila Autódromo terão tratamento similar ao que está sendo atualmente dado ao povo palestino…

A atual iniciativa do Prefeito contra a Vila Autódromo, promovida com grande estardalhaço, instiga a criação de um fosso entre os diversos segmentos da população carioca, e considera certas pessoas inimigas pelo simples fato de parecerem feias e pobres.

A habitação da área da Vila Autódromo não é irregular. Há uma concessão real de uso, outorgada pelo governo estadual, que ainda está em curso, e garante a permanência das pessoas no local, sendo falsa a notícia sobre desapropriações, com pagamento prévio em dinheiro, pois as tabelas de preços dos imóveis alardeadas pela Prefeitura são unilaterais.

Por último, é uma crueldade dizer que se pretende embelezar locais por onde passarão os turistas da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Se essa mentalidade prevalecesse, seria preciso remover cerca de 2/3 da população da cidade, e fantasiar o Rio de principado europeu.

 

 

Alexandre Mendes – advogado

Alexandre Magalhães – sociólogo

Canagé Vilhena – Arquiteto e Urbanista

Célia Ravera – advogada e ex-presidente do ITERJ

Cibele Vaz de Macedo – Psicóloga

Daruiz Castellani – Arquiteto

Francisco Teixeira da Silva Telles – advogado

Jadir Anunciação de Brito – professor da Faculdade de Direito da UNIRIO

José Ricardo Vargas de Faria – Eng. Civil e Professor da UFPR.

Ivo Lesbaupin – sociólogo, professor da UFRJ, coordenador do Iser Assessoria

Jorge Borges – Geógrafo

Jorge da Silva – cientista político, professor da UERJ e ex-secretário Estadual de Direitos Humanos

João Tancredo – advogado

Leonardo de Souza Chaves – Subprocurador-Geral de Justiça de Direitos Humanos do              M.P Estadual e professor da PUC/RJ.

Letácio Jansen – advogado e ex Procurador-Geral do Estado do Rio de Janeiro

Lurdinha Lopes – MNLM

Maria Inês Baldez Kato – Defensora Pública e professora de Direito.

Maria de Fátima Tardin Costa – arquiteta e urbanista

Maria Lúcia de Pontes – Defensora Pública

Márcia Adriana Fernandes – professora de Direito

Marcos Asevedo – arquiteto e urbanista

Maurício Campos – engenheiro

Marildo Menegat – Filósofo e Professor da Faculdade de Serviço Social da UFRJ

Miguel Baldez – professor de Direito e Procurador do Estado do Rio de Janeiro aposentado.

Roberta Fraenkel – Defensora Pública

Rubens Casara – Juiz de Direito e professor

Valéria Barbalho – engenheira

Luiz Claudio – Educador físico

Enviada por Fátima Tardin

Comments (1)

  1. Assino Manifesto contra as remoções.
    Joao Batista / Geógrafo e removido da Av das Americas, km 19,5 sem direito a nada e sem proposta de indenização. Removido em dezembro de 2010, recebo cobrança de IPTU de 2011 que pago a mais de 26 anos.

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