Debaterão na Bolívia lei sobre estrada polêmica

La Paz, 10 out (Prensa Latina) A câmara de deputados da Bolívia adiou para hoje o tratamento da Lei Corta sobre uma consulta a respeito da conveniência de construir ou não uma polêmica estrada interdepartamental.

A estrada poderia atravessar o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), a que se opõe a caminhada que partiu no dia 15 de agosto de Trinidad e espera chegar a La Paz 24 horas antes das eleições judiciais, previstas para 16 de outubro.

O titular da Câmara de Deputados, Héctor Arce, informou à Prensa Latina que uma comissão dessa entidade viajou até a mobilização para explicar os detalhes dessa consulta e suas deliberações no parlamento.

A Câmara tratou excepcionalmente no último sábado o instrumento legal.

Proposta pelo governamental Movimento Ao Socialismo (MAS), a denominada Lei Corta aponta ao caráter vinculante da consulta coletiva.

Esclareceu também que as deliberações previstas para esta segunda e terça-feira não constituem um elemento de pressão, nem ameaça contra a Comissão que trabalha em conjunto com os indígenas.

A lei espera regular os confrontos sobre o início da construção da estrada entre Cochabamba e Beni, à qual se opõem originários impulsionados pela Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano (Cidob), liderada por Adolfo Chávez.

A caminhada encontra-se agora na localidade de Caranavi, no trópico de La Paz, apesar de várias tentativas de diálogo por parte do Executivo e a decisão do presidente Evo Morales de adiar a obra.

Arce recordou que a medida proposta pelo governo contempla a suspensão da construção da estrada e estabelece que no futuro se possa abrir um espaço de amplo debate e diálogo nacional, democrático e consensualizado.

Por sua vez, o flamante vice-ministro de Coordenação Governamental, Javier Baldivieso, afirmou que se aguarda a chegada dos manifestantes à cidade sede do Executivo para iniciar uma nova mesa de diálogo.

Ontem, em declarações ao programa “O povo é notícia”, da rede estatal Rádio Pátria Nova, o gerente da Regional Norte da Administradora Boliviana de Estradas, Leonardo Ossio, explicou que as transformações proposta pela atual administração tem como prioridade a integração por estrada.

O Governo entregou mais de 900 quilômetros de estradas no período 2006-2010, com um investimento de 1 bilhão 352 milhões de dólares, disse.

Ossío afirmou que para o período 2011-2014 o orçamento ascende a 2 bilhões 185 milhões de dólares para construir outros 2.624 quilômetros de estradas asfaltadas.

Enquanto isso, o máximo dirigente da Cidob manteve inflexível sua postura e adiantou que manterá a rejeição à estrada Villa Tunari (Cochabamba)-San Ignacio de Moxos (Beni), que cruza por Tipnis.

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