José Koopmans: uma homenagem através de trechos de homenagens

“(…) antes de tudo era uma pessoa afetiva, holandês que se tornou baiano e que lutou e denunciou a invasão da monocultura dos eucaliptos e a tristeza e sofrimento do povo pobre que é obrigado a lhes ”dar lugar”. Padre Zé ou simplesmente Zé permanecerá conosco para sempre! Com o povo da roça, com o povo da periferia, com os trabalhadores e trabalhadoras rurais, com os indígenas, a quem tanto amou!”  (Geralda Soares, de Araçuai)

Koopmans travesso – Jose Koopmans era o diabo encarnado/ O diabo que veio das oropa/ O danado, o travesso a burilar as falsas verdades da igreja/ O aventureiro, o maldito, a fervilhar as rezas do capital/ O  roqueiro, o caminhante, a  trilhar os caminhos negados pela ironia/ O simpático, o desdenhoso, a desconfiar dos índices sociais/ O inconformado, a invadir plenárias da injustiça e denunciar o medo./ José Koopmans era um José, Daqueles que o capitalismo tenta devorar e não conseguiu E por não conseguir, o chamam de fracassado e mentem ao seu respeito. Padre José, como era conhecido por uns, Era um camarada de luta, por vezes acreditou no partido/ Leu e releu poemas de Brecht, mas deixou de lado a crença no partido/ E viu que o partido já era, pois as lutas estavam nas ruas e no corpo/…/ Jose Koopmans era um José/ E como tantos José no Brasil, tinha esperança. (Por Sumário Santana – GrupoViola de Bolso de Eunápolis)

“(…) Nós o queremos como um companheiro; / Um compartilhador do amor…/ Um repartidor de ideias…/ Um semeador de resistências;/ Um formador de consciências/ E um construtor de utopias./ Não esqueçamos porém,/ Que no seu peregrinar também/ Ele silenciosamente nos via./ Nos via das alturas do altar/ E nas baixuras do lutar./ Nos via por trás da hierarquia/ Nos via, nos via, nos via…/ E sorria e sofria…” ((Trecho do poema “Fiquemos com as lembranças e com os compromissos”, de Ademar Bogo, do MST).

“(…) Não existe um homem branco que seja mais índio, que seja mais negro do que este. Assim como também não existe quele que cuide tanto do próximo, seja qualquer criança, jovem ou adulto, que seja excluído, perseguido. … E todos faremos justiça ao seu legado. Tudo o que você nos deixa, nós continuaremos!” (Carolina Ranciaro)

“(…) Vai companheiro, vai fundir-se com a mãe terra, já que a vida inteira tomou-a em defesa, sem jamais transigir. Agora, Tu e Ela, uma só matéria. Vai companheiro, aninhar-se nos braços da Lua, pois tua luta nunca será olvidada, teu grito profético contra a destruição e mercantilização da natureza, tua fúria lúcida contra a corrupção de políticos vigaristas de todos os matizes, corrupção que mata e subtrai a vida de milhares de pessoas, teu profundo senso de justiça, tantas vezes motivo de perseguição pela Igreja Vaticana a que pertences, que, com suas estruturas conservadoras e truculentas, o cerceava; mas não é o evangelho que diz ‘Felizes os que tem fome e sede de justiça'(…)”? (Aliomar Rabelo Cesar)

Os trechos acima foram recortados de textos e/ou poemas maiores, enviados por Ivonete Gonçalves para a lista do GT Combate ao Racismo Ambiental ou diretamente para este Blog. Pedimos a compreensão de seus autores pela publicação parcial, já que fazê-lo na íntegra inviabilizaria a justa homenagem. TP.

Comments (2)

  1. Presumo que toda a comunidade teixeresce, em forma de respeito e admiração, lutará em prol desta causa!
    A luta continua…

  2. Ei! Companheiros Ei! Companheiras!

    Ei! Padre José! Homem que nos leu, que nos viu e que agora desfeito em matéria está envolvo em nós!

    Padre José, menino brasileiro, levado, nos últimos dias transpirava em sua pele ofegante, convulsa o cheiro forte das injustiças cometidas pelo capital, pelo agronegócio, pelos negócios ocultos das seitas, das hierarquias de igrejas malfadas e insucessas que no clamor do suor de sua pele transpirava, ainda assim, a justiça clamada pelos injustiçados! Foi Ele, nos últimos dias um injustiçado a mais. Não sei se todos sabem, mas este magnífico homem da natureza saiu em defesa dos agricultores de Itanhém que em sua época de pároco recebeu uma pequena gleba de terras, para minimizar o sofrimento dos que dela precisavam para sobreviver e que, até hoje, vivem e dela tiram seu sustento. Padre José Koopmans levantou a bandeira de defesa PELA NÃO VENDAPELO BISPO DIOCESANO DA DIOCESE DE TEIXEIRA DE FREITAS E CARAVELAS – DOM CARLOS ALBERTO – que, num programático e silencioso esquema quer vender a pequena terra recebida à época pelo Pároco Padre José, em Itanhém, para investir em uma obra da igreja o Levanta-te! Assim dizem…

    O juiz de Itanhém já deu ganho de causa aos pequenos agricultores e pediu que mais agricultores fossem instalados. Mas, a Cúria Diocesana e Seu Bispo já recorreram e querem vender uma terra cuja ação pastoral do Padre José, vivifica as famílias naquela época assentadas. Não podemos aceitar isso! Padre José não aceitou!

    Vejam que este absurdo agora se transforma em sua morte, pois o que levou à sua angústia e morte, certamente! Padre José caiu em frente, práticamente, à uma CASA DE JUSTIÇA – fórum, na rua, local livre, quando caminhava. Caminhava contra a retaliação no seu momento de plena angústia! Foi à retaliação da Cúria Diocesana que imprimiu a sua PROIBIÇÃO usando os mais altos códigos da igreja ilegalmente utilizados, para proibi-lo de celebrar casamentos. Isto, depois de 40 anos de sacerdócio.

    Estarão todos os casamentos, batizados, celebrações em desacordo com o cânon? Para mim, a igreja atirou em seu próprio coração por um ato corruptível e ilegal!
    É um ato desleal a quem tudo dera pela igreja e pelos excluídos nesta região Extremo Sul da Bahia, em que viveu, vive e não morrerá!

    Não aceitaremos isto!

    Descanse em paz amigo, companheiro, Padre José Koopmans de tantas ações, tantas horas de aflição, mas de tantas alegrias pelo no território Extremo Sul da Bahia.

    Até breve Querido José!

    João Luiz Monti
    Presidente da Fundação Padre José Koopmans
    3292 0754 – 8129-9168

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