Aperfeiçoamento de politicas para a sustentabilidade do meio rural foi tema de encontro em Chapecó

Atividade foi organizada pela Coopertec e pela Confesol

Representantes de diversas entidades governamentais e da sociedade civil estiveram reunidos nesta quinta-feira e sexta-feira (2 e 3 de junho), no auditório da Cresol Central SC/RS, em Chapecó (SC), para tratar sobre aperfeiçoamento das políticas de desenvolvimento rural visando a sustentabilidade do setor na região Sul do Brasil. O encontro reuniu cerca de 80 participantes e foi organizado pela Cooperativa Central de Tecnologia, Desenvolvimento e Informação (Coopertec), em parceria com a Confederação Nacional das Cooperativas Centrais de Crédito e Economia Familiar e Solidária (Confesol), a qual representa as Centrais de Cooperativas de Crédito: Cresol Central SC/RS, Cresol Baser, Crehnor e Ascoob.

Através de painéis foram apresentadas as dificuldades vivenciadas pelas agricultura familiar, bem como experiências na aplicação do crédito para a transição agroecológica. Explanaram representantes de cooperativas de crédito, de ONG’s e associações, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFFSM), da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e da Agricultura Familiar e Agroecologia (ASPTA).

O Diretor Financeiro da Confesol e Diretor Operacional e de Crédito da Cresol Central SC/RS, Claudio Risson, descreve que as cooperativas de crédito são instituições financeiras preocupadas com o desenvolvimento, sobretudo levando em conta a sustentabilidade econômica, ambiental e social dos envolvidos. “Com esta preocupação, objetivamos através deste seminário fazer uma avaliação do que é feito no foco da agroecologia e apontar os desafios em produzir através de um modelo de desenvolvimento sustentável”.

O Secretário Executivo da ANA, Denis Monteiro, salienta que a discussão do financiamento da agricultura familiar e dos mecanismos de crédito é fundamental para o avanço da agroecologia. Monteiro aponta que a agricultura familiar vive uma crise porque grande parte da riqueza produzida é apropriada pelas indústrias que vendem insumos, por casas agropecuárias e ainda por empresas que comercializam a produção. “Os custos de produção são altos e os retornos baixos. Por isso, acreditamos que a agroecologia é capaz de dar respostas a esta crise gerando autonomia às famílias no que se refere ao uso de insumos, na diversificação da produção e na busca de mercados locais e alternativos”, ressalta.

O Diretor Executivo da ASPTA, Paulo Petersen, aponta que a medida em que os agricultores se tornam independentes de insumos, usando conhecimentos vindos das próprias práticas tradicionais da Agricultura Familiar, associadas a conhecimentos científicos da agroecologia, é possível restabelecer processos ecológicos que permitem a substituição desses insumos industriais por ciclos da natureza. Com isso, os agricultores valorizam os recursos que o próprio ecossistema oferece como a água das chuvas, a energia do sol e os nutrientes do solo.

Criação de políticas públicas para a agroecologia

Mauri de Andrade, coordenador geral de financiamento à produção da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA, descreve que foi possível perceber no encontro as dificuldades e os estrangulamentos de todos os segmentos envolvidos no tema da agroecologia e da agricultura orgânica. Descreve que o direcionamento está em facilitar o acesso aos agricultores neste tipo de atividade.

O chefe da Secretaria de Gestão da Carteira Agropecuária (SEAGRI) do BNDES, William George Lopes Saab, ressalta que ações em prol do cooperativismo de crédito, no apoio a agricultura familiar e nas linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) através de práticas agroecológicas sustentáveis são temas de elevado interesse para o banco de desenvolvimento. Ele ressalta que o BNDES vem adotando práticas de sustentabilidade ambiental cada vez mais incisivas e por isso o tema vai de encontro à agenda da instituição.

O Diretor Presidente da Cresol Baser, Vanderley Ziger, salienta que o encontro cumpriu os objetivos propostos e obteve importante participação dos atores que atuam com as políticas públicas para a agricultura familiar. Ressalta que o sistema de crédito tem sido protagonista da busca de um Pronaf mais sustentável e seguro, e por isso há muitos desafios a serem superados.

“Pretendemos que as instituições financeiras e os ministérios procurem alternativas para que haja politicas públicas que venham ao encontro da agroecologia, como linhas de crédito, apoio na comercialização e apoio na pesquisa”, descreve Risson. O diretor finaliza salientando que desta forma será possível desenvolver tecnologias que vão ao encontro da sustentabilidade e da agroecologia, as quais que cada vez mais tornam-se uma necessidade das pessoas.

 

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