De Minas, o grito de Andréa Zhouri reverbera o de muitos outros, indignados ante este País

O desabafo de Andréa Zhouri, abaixo, teve como estopim a tramitação do Projeto de Lei 2946/2015, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mas a mesma indignação poderia (e deveria!) estar presente em muitos outros legislativos, a começar pela câmara dos deputados. E em muitos executivos e judiciários também. O Combate Racismo Ambiental assina cada palavra desse desabafo. Vergonha, Minas! Vergonha, Brasil! (TP).

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Ontem eu GRITEI! Gritei muito na Assembléia Legislativa de Minas. Porque contra o disparate, a falta de decoro, a falta de vergonha, o absurdo, o retrocesso, o AUTORITARISMO… a gente tem que gritar! O diálogo, o consenso, as parcerias nos trouxeram dos anos 90 até aqui, neste estado lamentável de retrocesso. Então, está na hora de rever a crença na argumentação supostamente “racional”, pretensamente objetiva, técnica… o poder não quer argumento técnico! Não quer argumento algum! Não deseja ser convencido de nada. Ele sabe muito bem o que quer, fazer-se exercer e empurrar seus projetos goela abaixo.

Já escrevi muito sobre o licenciamento ambiental. E política ambiental, e COPAM, e participação… já palestrei, já dei entrevistas, já falei em inúmeras audiências públicas… expus minhas análises infinitas vezes nos últimos 20 anos. Agora estou gritando!

Eu escuto a FIEMG fazer distinção entre conflito e antagonismo, criticando o antagonismo, como se o antagonismo não fizesse parte do conflito, aliás, como se o antagonismo não fosse essencial para deflagrar o conflito. Que grandes sociólogos existem na FIEMG!!! Querem banir o dissenso, e com ele, a POLÍTICA! Querem a obediência, a aceitação disfarçada de negociação. Não se iludam. A hora é hora do confronto mesmo. Da oposição, do antagonismo!!

PEC 215, PL 2.946… CHEGA!!! A hora é do brado!!! Por mim, pela minha filha, que fique registrado. EU GRITEI e avisei e denunciei MUITO!

Destaque: Foto de Pedro Ladeira, Folhapress.

Comments (2)

  1. Henyo, meu amigo. Estamos num mesmo barco sombrio. “Tudo é novo e já é ruína”, ou mais ou menos isso, já disse o Caetano. Continuemos na luta, remando! Bora aí. Força!

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