Comissão Guarani Nhemonguetá e universitários indígenas na região Sul
A fala do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC) na reunião da Comissão Especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, realizada na última quarta-feira (21) continua causando reações entre os povos indígenas. Além de afirmar que povos indígenas do seu estado são favoráveis à PEC 215, ele teria utilizado a expressão “índio genérico” para se referir aos indígenas. No dia seguinte (22), os povos Xokleng Laklãnõ, Kaingang e Guarani, as três etnias que ainda resistem em Santa Catarina, divulgaram uma Carta Aberta à População em que explicitaram repúdio à declaração do parlamentar.
Na sexta-feira, a Comissão Guarani Nhemonguetá, osacadêmicos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena – composto por indígenas Kaingang, oriundos das Terras Indígenas Xapecó, Toldo Chimbangue, Toldo Pinhal, Aldeia Conda e Toldo Imbu – e os estudantes universitários indígenas da Universidade Estadual de Londrina do Norte do Paraná, dos povos Guarani, Kaingang e Fulni-ô, manifestaram também enorme contrariedade com as declarações de Colatto.
“Os caciques e lideranças do povo indígena Guarani são contra a PEC 215 e denunciamos que os ruralistas mais uma vez estão usando espaço na Câmara dos deputados para incentivar o racismo e genocídio contra nós, povos indígenas, e angariar votos dos agricultores familiares que, por não compreenderem o mercado de roubo de terras que financia as campanhas eleitorais dos ruralistas, acabam os apoiando”, afirma a Comissão Guarani Nhemonguetá em sua nota pública.
Leia aqui a carta da Comissão Guarani Nhemonguetá
Leia aqui a Carta de Repúdio dos acadêmicos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena – composto por indígenas Kaingang