Regional Noroeste da CNBB manifesta preocupação com entidades comprometidas com a dignidade, paz e justiça

Regional Noroeste da CNBB

Bispos, leigos/as, religiosos/as e organismos do Regional Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos na 9ª Assembleia Geral deste Regional (que abrange as dioceses de Rondônia, Acre e Sul do Amazonas), realizada entre os dias 16 e 18 de outubro de 2015, em Porto Velho, no estado de Rondônia, divulgaram documento final em que manifestam preocupação com as ameaças de violência à população do campo e aos agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), aos indígenas e aos indigenistas e seus respectivos órgãos, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), às organizações dos povos indígenas da Amazônia e outras entidades comprometidas com a dignidade, a paz e a justiça.

“Procuramos em muitos momentos buscar as razões para compreender esse contexto em que as políticas deveriam estar comprometidas com o bem-estar da população menos favorecida. Pois, a vida é um dom a ser vivido como único, e, o ambiente como ‘casa comum’ (Campanha da Fraternidade Ecumênica/2016), valores esses que devem ser defendidos por todos”, afirma a nota, que questiona ainda “É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? … Sim, é possível para todos!”.

Leia o documento final na íntegra:

CARTA DO REGIONAL NOROESTE DIANTE DA VIOLÊNCIA NO CAMPO E NA CIDADE

“Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras” (Cântico das criaturas de São Francisco de Assis).

Reunidos na 9ª Assembleia Geral do Regional Noroeste da CNBB, de 16 a 18 de outubro de 2015, em Porto Velho RO, nós, bispos, leigos/as, religiosos/as e organismos do Regional, dirigimos esta mensagem de preocupação e de esperança a todo o Povo de Deus que está presente nas Dioceses de Rondônia, Acre e Sul do Amazonas.

Manifestamos nossa preocupação e indignação, diante de uma corrupção institucionalizada em que se perderam os referenciais da justiça e o verdadeiro exercício do poder e que nessa realidade muitos focos de violência e impunidade são instalados tanto no campo como na cidade, onde os mais pobres e
enfraquecidos são vitimizados.

Repudiamos a impunidade e a cultura da violência com a população de forma geral e a que se instala nos Presídios, nas Casas de Detenção e nas Unidades de Internação ao Adolescente.

E, nesse contexto, não podemos esquecer em mencionar as ameaças de violência à população do campo e aos agentes da Comissão Pastoral da Terra – CPT, aos indígenas e aos indigenistas e seus respectivos órgãos, como o Conselho Indigenista Missionário – CIMI, às organizações dos povos indígenas da Amazônia e outras entidades comprometidas com a dignidade, a paz e a justiça.

Procuramos em muitos momentos buscar as razões para compreender esse contexto em que as políticas deveriam estar comprometidas com o bem-estar da população menos favorecida. Pois, a vida é um dom a ser vivido como único, e, o ambiente como ¨casa comum¨ (Campanha da Fraternidade Ecumênica/2016), valores esses que devem ser defendidos por todos.

Diante dessa realidade, afirmamos com Papa Francisco: “…os ídolos do domínio e do poder deterioram as relações, arruínam a harmonia a ser construída com humildade serviçal e disposição maternal. Os conflitos, a violência, a indiferença diante da morte, nascem do fascínio do domínio e do poder” (cf. Papa Francisco, Vigília de Oração pela Paz, 07∕09/14).

Ainda em tempo dentro do Ano da Paz, que não se encerra no dia 25 de dezembro, mas deve abrir fendas na onda de violência que se manifesta na morte de tantas pessoas, nos lares em conflito, na corrupção, na agressividade do trânsito, na impossibilidade de diálogo nas diferenças, até mesmo religiosas.

“É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? … Sim, é possível para todos!” (Papa Francisco, Vigília de oração pela paz, 07∕09/14).

Nosso grito de indignação quer chegar a todos os recantos de nossas comunidades e dioceses para que juntos possamos garantir que todos tenham vida e vida em abundância (cf. Jo,10,10).

Porto Velho, 18 de outubro de 2015.

Dia Mundial das Missões!

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