ES – Iema e PMV confirmam despejo de minério pela Vale no mar em Camburi e multa é só promessa

Ubervalter Coimbra, Século Diário

Sim,  a Vale é a responsável por poluir o mar em Camburi no registro feito em maio deste ano.  O reconhecimento teve de ser feito pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e pela Prefeitura Municipal de  Vitória (PMV), após confirmação em laboratório do material analisado. Os poluentes são minério de ferro e carvão. Entretanto, os órgãos ainda não sabem em quanto vão multar a empresa. 

Tanto o Iema como a Prefeitura de Vitória se limitaram a informar que vão multar a Vale por este episódio.  Mas se trata de um crime praticado pela empresa de forma recorrente. A Vale polui o mar de Camburi desde 1969 e está sendo processada por isto na Justiça Federal.

O episódio de maio deste ano foi registrado por um canoísta em vídeo. A partir daí, os órgãos foram obrigados a investigar. A conclusão é de que a Vale continua poluindo o mar. Da mesma  forma que polui o ar da Grande Vitória, juntamente com a Arcelor Mittal Tubarão e Cariacica. Em Anchieta, a Vale polui através da Samarco, que é sua empresa juntamente com a anglo-australiana BHP Billiton, com 50% das ações, cada.

A Vale poluiu o mar acintosa e criminosamente de 1969 a 1984. E continua poluindo. Em síntese, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou em ação civil pública à Justiça Federal que a empresa destruiu uma área de 110 mil metros quadrados de vegetação de restinga, de praia e do mar em Camburi.

Do minério que a Vale jogou no local, pelo menos 60 mil metros cúbicos estão depositados no fundo do mar. Formam uma montanha marinha, cobrindo as condições naturais. O minério impede a reprodução de espécies que entram na cadeia alimentar dos peixes e do homem. A Vale também polui o lençol freático na Grande Vitória.

As poluidoras Vale, Samarco, ArcelorMittal e Aracruz Celulose (Fibria) cometem um rosário de crimes ambientais, produzindo danos à saúde e ao ambiente no Espírito Santo. Os governos, tanto do Estado, como as prefeituras das regiões onde as empresas estão instaladas  são coniventes com as empresas. O que pode, inclusive,  reduzir o valor das multas. Ou, até mesmo, evitar que sejam cobradas.

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