Mostra Cine Índio Brasil VI: “A ameaça à demarcação de Terras Indígenas – entre a Extinção e o Direito”

A Mostra Cine Índio Brasil tem sido desde 2010 a única mostra do Estado do Rio de Janeiro dedicada exclusivamente a filmes brasileiros sobre temas indígenas. Sempre priorizando o filme de ficção e de animação feito para salas de cinema (e também exibindo documentários, assim como videofilmes realizados por indígenas e alunos do ensino público). Realizada no Microcine Bonsucesso, do Ponto de Cultura Cinema Brasil, vai para a sua sexta Edição – 29/05 a 06/06 –  sempre com o principal objetivo de promover a disseminação e o fortalecimento das culturas e tradições indígenas. Faz-se necessário destacar a importância de tal projeto no âmbito escolar para fazer valer a legislação vigente, Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório incluir no currículo oficial da rede de ensino a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

BREVE HISTÓRICO

Na Mostra Cine Índio Brasil V, de maio de 2014, exibimos em Full-HD o filme “UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA”, de Luiz Bolognesi, ANIMAÇÃO (lançado em 2014, Melhor filme do Festival Annecy na França no ano anterior). Exibimos entre outros também “A TERRA DOS HOMENS VERMELHOS”, de Marco Bechis, FICÇÃO, exibido no Festival de Berlim em 2014.

Na Mostra Cine Índio IV, exibimos o filme leve de ficção “TAINÁ 3 – A ORIGEM”, de Rosane Svartman (com a presença da diretora), quase que simultaneamente ao lançamento nos cinemas.

Na Mostra Cine Índio III/2012 exibimos “XINGU”, ficção de Cao Hamburger, dias após o lançamento do filme no circuito comercial e “HIPERMULHERES”, de Takumã Kuikuro, antes do lançamento.

Na Mostra Cine Índio II, exibimos a ficção “A NOITE POR TESTEMUNHA”, de Bruno Torres, uma dramatização do incêndio de um índio num ponto de ônibus, história que gerou muito debate na época.
Na Mostra Cine Índio de 2010 (I), exibimos “TAINÁ 2”, de Mauro Lima, no ano de lançamento.

Também exibimos ao longos desses anos ficções clássicas, de homenagem, como “HANS STADEN”, de Luiz Alberto Pereira, e “O GUARANI” de Norma Bengell. Exibimos por exemplo nestas mostras diversas ANIMAÇÕES, a citar “O CURUPIRA”, “PAJERAMA”, “MITOS DO MUNDO – Como Surgiu a Noite”, “TAINÁ-KAN, A Grande Estrela”, várias.

Debatendo os filmes, estiveram lideranças indígenas como X’Mayá Kaká Fulni-Ô (Mostra I e V), José Urutau Guajajara (Mostras II, III, IV e V), CarlosTukano (II e III), Garapirá Pataxó e Vangri Kaigang (Mostra III e IV), Namara Gurupy (IV e V), Daniel Puri (IV), Anapuáka Muniz Tupinambá (III) e o cineasta Takumã Kuikuro (III e V), a Cacique Maria Valdelice-Jamapoty Tupinambá (III), Toby Itauna (IV), a artesã Twry Pataxó da ONG Mães da Maré (III, IV e V), a cineasta Zahy Guajajara (V), o líder Araçari Pataxó (V), vários.

Na Mostra Cine Índio V, de maio de 2014, o tema central foi “O Indígena na FICÇÃO e na vida real da tribo e da cidade”. Um dos debatedores foi o cineasta indígena Takumã Kuiruro, que dividiu o prêmio Kikito de Ouro em Gramado com dois co-diretores pelo longa-metragem “HIPERMULHERES” e apresentou no debate, ainda preliminarmente seu curta “KARIOKA”, que neste ano participará oficialmente da Mostra CINE ÍNDIO BRASIL VI.

Também veio debater a cineasta indígena Zahy Guajajara que co-roteirizou, co-dirigiu e atuou no filme “ZAHY”. Houve três mesas de debates os seguintes temas específicos: “O Indígena no Cinema Brasileiro”; “A interferência do cineasta não-indígena nas aldeias dos povos originários”; e “A missão audiovisual do descendente indígena migrado para o contexto urbano”. Como o indígena é representado nas telas e no imaginário da população brasileira e estrangeira? Como defender a tribo do inexorável progresso? Como preservar tradições indígenas no mundo homogeneizado da cidade?

NESTE ANO,

o tema central será “A Ameaça à Demarcação de Terras Indígenas – entre a Extinção e o Direito”. O Brasil tem assistido passivamente a sucessivas invasões de terras em reservas, e assassinatos de lideranças dos movimentos que buscam assegurar o seu direito à permanência junto aos rios que foram parte de seus rituais de fé, ao solo que abriga seus mortos, às espécies animais e vegetais de onde extraíam seus remédios, alimentos e adornos. A migração de populações originárias para ambientes de produção agrícola ou pecuária não tem trazido felicidade e nem a Paz. Qual o limite do direito que tem o Mundo Moderno de se apossar das Tradições e Recursos Naturais que historicamente pertencem a estes povos?

Teremos na MOSTRA CINE ÍNDIO BRASIL além dos filmes que despertam a reflexão sobre este tema, mesas de debates com convidados indígenas para exercerem o protagonismo neste evento cinematográfico dedicado à cultura dos povos originários do nosso país. E, como em todos os anos, antes dos filmes, apresentações artísticas indígenas tem enriquecido a vivência dos participantes no ambiente, decorado com elementos de artesanatos, tecidos, cocares multicores, colares multicontas, música e cinema.

Como nas edições anteriores, este ano a MOSTRA CINE ÍNDIO BRASIL VI, fará uma homenagem, exibindo um filme brasileiro clássico, e convidando pelo menos um dos membros da equipe ou elenco, se o diretor não estiver mais entre nós. Ainda estamos confirmando quem será o homenageado deste ano, e em breve anunciaremos aqui.

O espaço é garantido igualmente para vídeos feitos nas aldeias indígenas, e assim como trouxemos anteriormente os mais recentes trabalhos do projeto RAÍZES EM MOVIMENTO e do projeto VÍDEO NAS ALDEIAS-VNA, este ano traremos também vídeos indígenas de Pontos de Cultura dedicados ao tema e da Produtora PAJÉ FILMES. Acompanhe a divulgação, para conhecer em breve a PROGRAMAÇÃO COMPLETA 2015.

MOSTRA CINE ÍNDIO BRASIL VI
MICROCINE BONSUCESSO e INSTITUTO CULTURAL CINEMA BRASIL-ICCB
Endereço: Av. Teixeira de Castro, 157 – Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2290-4593

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Enviado para Combate Racismo Ambiental por João Cândido.

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