Atingidos acampam na Assembleia de Legislativa de MG

Hoje foi realizada Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG para debater a situação dos atingidos no estado

MAB

Cerca de 300 pessoas entre atingidos por barragens, indígenas, agricultores familiares, atingidos e ameaçados por minerodutos acampam deste o início da manhã na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O acampamento faz parte da Jornada de Nacional de Luta do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

A primeira atividade realizada foi uma Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG para debater a situação dos atingidos por barragens e grandes projetos de mineração no estado de Minas Gerais. Foram apresentadas diversas denúncias de violação de direitos, pendências histórias de empresas privadas e órgãos estatais em diversas regiões e apresentadas propostas para que os problemas sejam resolvidos.

Pablo Andrade, membro da coordenação nacional do MAB, apresentou dados mostrando que as 145 barragens do estado já deixaram mais de 80 mil famílias atingidas sem acesso aos direitos. Também questionou o atual modelo de desenvolvimento que destina a energia gerada pelas barragens para a mineração, que são as mesmas que avançam em diversos projetos que destroem o meio ambiente e violam os direitos. Citou como exemplo diversos projetos de minerodutos em plena crise de falta de água no estado.

Encerrou afirmando que é preciso concentrar esforços “para que se crie uma Política Estadual para atingidos por barragens, mineração e grandes projetos que tenha legislação, fundamente o direito das famílias, órgão público responsável e um fundo que  garanta a efetivação dos direitos”.

No Vale do Jequitinhonha, água contaminada e descaso com a população

Aline Ruas, também coordenadora do MAB, apresentou, junto com os moradores da região, diversas denúncias de violação de direitos das famílias atingidas por Irapé e outras barragens e a grave situação dos pescadores devido a contaminação das águas do Rio Jequitinhonha. Vários relatórios indicam que a água do rio é imprópria para o consumo humano. Fotos com peixes apresentando tumores desconhecidos foram mostradas para os deputados presentes.

“A barragem de Irapé foi anunciada como redenção para o Vale, mas o progresso prometido não veio. Hoje, a região é a que tem menos água potável disponível, tem o pior serviço de energia e o mais alto grau de analfabetismo. E agora querem levar nossa água pelos minerodutos. Esperamos que a nova direção da CEMIG dialogue com os atingidos e resolva estes problemas históricos”, concluiu.

Nas ruas, luta pelos direitos e em defesa da Petrobrás

O acampamento do MAB segue até sexta-feira, 13 de março. Na tarde de hoje uma comissão de atingidos será recebida na Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) para debater a pauta pendente em diversas regiões, debater o preço da luz e a Política Estadual dos direitos dos atingidos.

Nesta quinta-feira, secretários de estado receberão o movimento para discutir a reinvindicação dos atingidos e dia 13 haverá um grande ato em defesa da Petrobras com a participação de diversos movimentos sociais e sindicatos.

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