No Pará, acampamento Frei Henri sofre ataque de fazendeiros

Dão Baiano, Donizete Matador, Marcelo Catalão, Rafael Saldanha, Carlinhos da Casa Goiás, entre outros são os fazendeiros que articulam os assassinatos.

Da Página do MST

O acampamento Frei Henri sofre nesse momento mais um ataque dos fazendeiros que grilaram a área. O trecho da estrada que liga Curionópolis a Parauapebas, onde estão acampadas as famílias, foi interditada pelos latifundiários que disparam tiros a todo instante contra os barracos.

Os ataques vêm sendo corriqueiros desde agosto de 2010, quando as famílias ocuparam a Fazenda Fazendinha em Curionópolis. Bombas, pistoleiros e luzes sobre o acampamento durante a noite têm sido utilizados pelos fazendeiros nas diversas tentativas de expulsar as famílias.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de Marabá, vistoriou a área no final de 2010, e concluiu no laudo que a área era grila e improdutiva. Com ganho por parte das famílias nos primeiros processos judiciais, os fazendeiros se revoltaram e passaram a barbarizar o local.

Velhas falácias

Os fazendeiros têm acusado as famílias de roubarem gado e romperem a cerca da propriedade, por isso os ataques contra os acampados. No entanto, a história de violência desses fazendeiros é conhecida na região.

Dão Baiano, que se diz dono da fazenda, Donizete Matador, Marcelo Catalão, Rafael Saldanha, Carlinhos da Casa Goiás, entre outros são os fazendeiros que articulam os assassinatos de trabalhadores rurais sem terra no sudeste paraense. Foi assim com Fusquinha e Doutor, assassinados em março de 1998 por esse grupo.

“São os mesmos, que em grande medida ocupam uma longa extensão de terras griladas próximo ao acampamento, por isso não aceitam as famílias na vizinhança”, diz Tito Moura, da coordenação nacional do MST.

Longínquas extensões de terras que nada produzem, a não ser gado. Já o pequeno e valente acampamento Frei Henri já é o principal responsável pelo abastecimento de produtos orgânicos para os mercados e feiras de Parauapebas e Curionópolis.

“Não precisamos roubar gado, mandamos para cidade mais de mil maços de cheiro verde por dia, fora hortaliças, que os caminhões dos mercados vêm buscar direto com a gente. Se hoje existe alimento de qualidade na região, somos nós que fornecemos e, portanto não precisamos roubar para comer”, argumento seu Neguinho, um dos acampados.

As famílias esperam que a Delegacia de Conflito Agrário na região tome as medidas mais rápidas possíveis contra o ataque dessa manhã.

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