MAB – Começa expulsão das famílias urbanas atingidas por Belo Monte

Ana Paula (21), uma das primeiras removidas, tem três filhos e está preocupada com a escola das crianças: "aqui elas já estudam numa escola meio longe, lá fica mais distante.  A empresa prometeu transporte, mas não tem nada certo".
Ana Paula (21), uma das primeiras removidas, tem três filhos e está preocupada com a escola das crianças: “aqui elas já estudam numa escola meio longe, lá fica mais distante. A empresa prometeu transporte, mas não tem nada certo”.

MAB

A Norte Energia iniciou hoje a retirada das famílias de áreas urbanas de Altamira que serão invadidas pelo lago da barragem de Belo Monte, no Pará. Os moradores informaram que as famílias são retiradas por grupos de locais diferentes, e que, imediatamente à sua retirada, a casa é totalmente demolida e o material levado para ser incinerado.

O Plano Básico Ambiental – PBA fala de construção de Reassentamento Urbano Coletivo. A própria Norte Energia divulgou panfleto afirmando que as casas seriam de alvenaria com três tipologias. Agora as famílias são obrigadas a ir para um loteamento com casas de concreto. A empresa cadastrou 7.790 famílias na cidade, mas a expectativa é reassentar por volta de 4 mil. A intenção é completar a remoção neste ano para não atrasar o cronograma da obra, que preve o enchimento do lago a partir do início de 2015. 

“Belo Monte é um caso emblemático de prepotência, dentro do padrão geral de agressão ao Direito Humano na construção de barragens no Brasil. A retirada das famílias das áreas baixas de Altamira é claramente limpeza social, que tem como objetivo esconder e dispersar os empobrecidos e  transformar essas baixadas em áreas nobres à beira do lago”, afirma Claret Fernandes, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

O MAB denuncia, também, a colocação de famílias em loteamento e casas de concreto como um caso típico de transformação do direito do atingido em um negócio rentável para as empresas.

Belo Monte - retirada moradores 2

Comments (1)

  1. Precisamos denunciar esse crime, contra os direitos humanos, e precionar a justiça, para que haja respeito a dignidade humana.

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