“Equipes de segurança montam acampamento e se preparam para entrar em reserva indígena”

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Os representantes da ‘força tarefa’ formada pela Polícia Federal (PF), Polícia Militar (PM), Exército e Força Nacional realizam sobrevoo em reserva indígena no Sul do Amazonas em busca de paradeiro de homens desaparecidos há 13 dias

Por Jaíze Alencar, em A Crítica

Os representantes da ‘força tarefa’ formada pela Polícia Federal (PF), Polícia Militar (PM), Exército e Força Nacional decidiram, após reunião a portas fechadas neste sábado (28), montar acampamento e enviar tropas para entrar na reserva indígena Tenharim no município de Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus), em busca dos três homens desaparecidos há 12 dias na região.

Durante a reunião, os comandantes das tropas definiram as estratégias que serão utilizadas. Por volta das 10h uma balsa com caminhões do Exército Brasileiro saiu do município de Humaitá em direção ao quilômetro 180 da rodovia Transamazônica (BR-230), na comunidade de Santo Antônio do Matupi.

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Os representantes de cada tropa realizam sobrevoo na região para saber se há alguma barreira imposta pelos indígenas ou se as pontes que dão acesso à reserva estão danificadas, conforme os indígenas tinham prometido fazer.

Os primeiros homens do Exército que foram enviados serão responsáveis por montar o acampamento e providenciar todo aparato necessário (comida, combustível) para a permanência no local até que as buscas e a operação sejam finalizadas.

De acordo com informações do comandante do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), coronel Antônio Prado, somando o efetivo de todas as Forças envolvidas, têm-se aproximadamente 300 homens envolvidos na operação.

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Às 13h as guarnições da Polícia Federal e Força Nacional deslocam-se para a reserva Tenharim e iniciam as ações estratégicas que foram traçadas por seus comandantes.

As tropas não têm previsão para sair do local, e devem permanecer na região até que os desaparecidos sejam encontrados e os conflitos no local sejam pacificados.

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Federação da Agricultura se manifesta

A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) informou por meio de nota à imprensa que defende o direito à vida no campo e também na floresta e que não aceita que a Fundação Nacional do Índio (Funai) se omita neste caso específico da Reserva Indígena Tenharim, onde existem fortes suspeitas de que membros dessa etnia teriam atentado contra a vida de três pessoas inocentes.

A Faea destacou ainda que teme um conflito generalizado em face da revolta dos moradores da região, razão pela qual defendem a presença efetiva do Estado brasileiro, tanto na Reserva Indígena, como nos municípios da Transamazônica.

Na nota, a Federação repudiou ainda a questão “da cobrança absurda e inadmissível de pedágio ilegal em um trecho da Transamazônica”, na área da Reserva Indígena, que tem “afrontado, humilhado e provocado insegurança às pessoas que trafegam nesse trecho da rodovia, em flagrante ato inconstitucional contrário ao direito de ir e vir dos brasileiros”.

Com informações do repórter Adriano Silva

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Comments (9)

  1. indignaçao sim como em 2006 quem foi o assassino do caminhoneiro se ele sumiu na mesma aldeia e agora que a revolta surgiu porque o espanto gente e nesse angu tem cascalho e nao mato sempre morre gente de ascidente na br quem e responsavel agora se tem evidencias dos indios por que se eles nao focen culpados eles deveriao ser os primeiros a vir na delegacia para pedir a procura dos corpos mas eu acho que eles pençarao que estavao fazendo o que justiça porque um indio que so vive na cachasa andar de moto e o que pode acontecer a qualquer um voces nao achao.

  2. Eu diria aos “valorosos” combatentes de nossa pátria que estão procurando os corpos de três inocentes, que as pessoas que estão por trás disso não são inteligentes. Psicopatas geralmente são pessoas estupidas que ainda não entenderam que o clamor dos inocentes, que estão brincando de matar, subirá a Deus e eu me apavoro diante do que virá! Eu já vi que 2014 promete!

  3. é temos que reaver nossas leis culturas e tradições se os nativos exigiram tanto direitos iguais o que e justo mais direitos iguais mesmo da mesma forma que o pobre e preso roubando e matando por que não o indios que matou pessoas inocentes.

  4. O que é inadmissível é a omissão do Estado, ou porque é índio, ou porque é menor, ou porque é presidiário! Está havendo ilegalidade? É preciso investigar e punir dentro da Lei! Se não vira casa da mãe Joana!

  5. #apartheidbrasil
    “Os financiadores e líderes do movimento são madeireiros da região do distrito de Santo Antônio do Matupi, que se aproveitaram da dor alheia em favor próprio. O maior alvo dos ataques foi a Funai, coincidentemente principal responsável por provocar operações conjuntas com Ibama e Polícia Federal, que culminaram no fechamento de madeireiras ilegais naquela localidade.” OPAN (Operação Amazônia Nativa)

  6. Não é mato não, Ana Paula. São umas árvores bem grandes, a grande maioria centenárias, que devidamente fatiadas dão um imenso lucro. E mais: quando todas acabarem, é só virar pasto ou monocultivo… Só que pra tudo isso acontecer tem que tirar os “bugre” do caminho!

  7. Interessante, né? A cobrança é inconstitucional e ilegal nas terras indígenas, mas se privatizarem e cobrarem “pela manutenção”, tudo bem? Esse povo limpa os escrementos com a Constituição e vem defendê-la, quando se lhes cai da mesa umas migalhas… TEM MATO NESSE COELHO, isso tá muito prosaico…

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