Indígenas marcam 30 anos da morte do cacique Marçal de Souza com manifesto

Marçal de Souza, líder indígena guarani
Marçal de Souza, líder indígena guarani

Documento entregue ao MPF lembra do histórico de violência contra os povos indígenas e pede solução para a demarcação de terras no estado

MPF/MS

O procurador da República do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS), Ricardo Pael Ardenghi, recebeu nesta segunda (25) um manifesto de indígenas guarani-kaiowá. O ato simbólico faz parte do encontro realizado nos dias 22 a 25 de novembro que marcou os 30 anos da morte da liderança indígena Marçal de Souza. Com o tema “Sem Tekoha não há Teko. Sem Tekoha não há escola indígena”, o evento reuniu cerca de 300 indígenas, entre eles professores, rezadores e lideranças, na Aldeia Takuapery, no Município de Coronel Sapucaia. 

Em memória a Marçal de Souza, morto em 25 de novembro de 1983 durante a luta pela Terra Indígena Campestre, foi realizada uma caminhada da Aldeia Ñanderu Marangatu até a Aldeia Campestre, ambas no Município de Antônio João, fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Houve momentos de reflexão e de celebrações tradicionais por meio dos rezadores indígenas.

Procurador Ricardo Pael Ardenghi recebe o manifesto
Procurador Ricardo Pael Ardenghi recebe o manifesto

No manifesto entregue ao MPF, os índios afirmam que “a morte de Marçal de Souza representa a trajetória de luta dos indígenas pela devolução de suas terras e o ato foi uma forma de se posicionar contra as ameaças públicas que têm sido feitas” contra eles.

A liderança

Marçal de Souza nasceu em 24 de dezembro de 1920, recebeu o nome indígena Tupã I, que significa “pequeno Deus”, por isso também é conhecido como Marçal Tupã. Dedicou grande parte da sua vida na luta pela defesa das questões indígenas e por melhorias nas condições de vida de seu povo. Denunciou a exploração nas aldeias indígenas e foi vítima de perseguição.

No mesmo ano em que discursou para o papa João Paulo II, Marçal Tupã passou a morar na Aldeia Pirakuá, no Município de Antônio João. A área era contestada pelo fazendeiro Libero Monteiro, que considerava a região como parte de sua propriedade. Após diversas ameaças e intimidações, em 25 de novembro de 1983 Marçal foi assassinado com 5 tiros. A execução repercutiu mundialmente. Após 10 anos da morte do líder, os principais acusados, Libero Monteiro de Lima e Rômulo Gamarra, foram absolvidos.

Manifesto Ponta POrá

Clique aqui para ler o manifesto na íntegra. caso não consigo fazê-lo na foto acima.

Saiba mais sobre Marçal de Souza.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Marcelo Christovão.

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