Relato do ato em solidariedade aos médicos cubanos na Escola de Saúde Pública em Fortaleza

Por Geová Alencar

Nos reunimos na entrada da escola de saúde pública. Éramos cerca de 20, não levamos cartazes nem flores e quando se aproximou do fim da aula ficamos nos questionando sobre o que faríamos quando da saída do médicos. Alguém sugeriu que entrássemos no auditório para dar as boas vindas. Quando entramos a Cristina Fonsêca pediu para falar no microfone e nos chamou para frente. No meio de pedidos de desculpas e de boas vindas víamos sempre largos sorrisos. Incrível a sensação de empatia e igualdade para com esses médicos. Depois de muitas palmas e agradecimentos todos fomos para as cadeiras e nos misturamos para tirar uma foto. Imediatamente a pessoa que estava do meu lado colocou o braço sobre o meu ombro. O que pude notar e acredito que certamente foi a impressão geral: Quanta humanidade e simplicidade naquelas pessoas! Aquela mesma impressão de quando vamos numa cidade pequena do interior, em que as relações humanas não foram destruídas pelo capitalismo selvagem.

O final desse encontro foi emocionante. Depois de muitos apertos de mão e quando estávamos prestes a sair um deles pediu para que voltássemos todos, queria cantar uma música em agradecimento: Guantanamera! Todos então cantamos e batemos palmas juntos:

Guantanamera
Guajira Guantanamera
Guantanamera
Guajira Guantanamera

e no fim ele gritou:

Ele -Viva o Brasil!
Todos – Viva!
Ele – Viva Cuba!
todos – Viva!
Ele – Viva a America Unida!
Todos – Viva!
Ele – Hasta la victoria.
Todos – Sempre!

Que lindo! Num mundo de valores constituídos por fetiches, imposições, por hierarquias e status essa humildade e simplicidade (que minha mãe sempre me ensinou) é algo que me emociona. Deve ter sido terrível para aqueles médicos de Fortaleza ver esse exemplo. Como pode um médico se vestir e portar como qualquer um?? Inadmissível!

As vaias recebidas por eles foram para todos nós. Uma vaia para todos que creem que um médico é igual a qualquer ser humano. Da experiência de hoje posso dizer uma coisa: Fez mais bem a mim do que à eles! Agora que vi a letra da música traduzida, me emociona mais ainda que tenhamos cantado juntos.

“Com os pobres da terra
Quero achar minha sorte
Com os pobres da terra
Quero achar minha sorte
Os córregos das montanhas
Me aprazem mais do que o mar”

OBRIGADO À TODOS PELO EXEMPLO E SEJAM MUITO BEM VINDOS!

Enviada por Janete Melo.

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