Manifestação popular – “Quem Matou Ricardo?”

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Na quarta feira, 31 de julho, Ricardo  – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – em seu horário de almoço, uniformizado e com crachá da empresa, estava fumando cigarro em frente a um imóvel vizinho à Unidade Central da UNIFESP (Rua Silva Jardim, Centro – Santos), quando chegou uma viatura com três policiais militares que o abordaram de forma ofensiva. Ricardo ao responder a ofensa foi agredido fisicamente pelos policiais, que em seguida o arrastaram para dentro do imóvel onde continuou sendo agredido, agora oralmente, pelos três policiais, enquanto pedia socorro ensanguentado no chão. Aproximadamente 50 pessoas presenciaram a cena e algumas dessas agiram verbalmente em defesa do Ricardo.

Os policiais afirmaram que levariam Ricardo ao 1 DP.  Chegando ao local  as testemunhas  foram informadas que Ricardo fora levado ao 4º DP, pois é o distrito policial referente a região do ocorrido. Antes de chegarem ao 4º DP souberam que ele havia sido levado a Santa Casa. E no 4 DP tiveram que aguardar os policiais, que chegaram sem o Ricardo, dizendo que ele havia sido liberado, que tudo estava resolvido e que ele não faria boletim de ocorrência (B.O.), pois “admitiu” que não havia sido agredido. Contudo, isso demonstra que as informações erradas tinham o intuito de despistar as testemunhas.

As testemunhas quiseram abrir um boletim de ocorrência e foram intimidadas pelos próprios policiais que agrediram o Ricardo. Assustadas, acoados, com as ameças feitas as testemunhas foram embora sem efetivar o B.O.

Na sequência do ocorrido, estudantes souberam por Ricardo, o qual havia retornado ao trabalho, que ele tinha sido procurado em sua casa pelos mesmos policiais, que o ameaçaram dizendo: se a denúncia continuasse sendo levada a frente, eles “resolveriam de outro jeito”.

Na noite de quinta-feira, primeiro de agosto, viaturas com policiais não fardados rondaram  a UNIFESP e pessoas não identificadas estiveram no campus sondando funcionários em busca de supostos vídeos que estudantes teriam feito das agressões do dia anterior. Ainda disseram que se eles denunciassem “seria pior”.

Entretanto, mesmo com a não abertura do B.O. e nem a divulgação de qualquer registro, na madrugada de quinta para sexta-feira, dois de agosto, quatro homens encapuzados assassinaram o Ricardo na esquina de sua casa com oito tiros.

Ficam algumas indagações: qual o (não) posicionamento da UNIFESP quanto a agressão sofrida por seu funcionário em horário de trabalho? Qual é o respaldo (conivência ou mesmo acordo)  do  governo estadual para que casos  semelhantes a esse – envolvendo a Polícia Militar –  se disseminem? De que lado o Estado “democrático” está?

Por fim, não nos calaremos enquanto não for respondida a pergunta: Quem Matou Ricardo?

Hoje, sexta-feira, às 17 horas, ocorrerá a primeira manifestação popular para saber “Quem Matou Ricardo?”

ONDE: Unifesp/Campus Unidade Central – Rua Silva Jardim, 136 – Santos.

QUANDO: Sexta-feira, dia 9 de agosto de 2013, às 17 horas.

Comments (1)

  1. sou GUARADA MUNICIPAL,e nós acreditamos que este modelo de Polícia do brasil é arcaíco e o sistema de Segurança Pública brasileiro é falido, A POLÍCIA MILITAR vem dos porões da Ditadura Militar e até agora não perdeu a sua característica arbitrária; por este motivo e vários outros que nós DAS GUARDAS MUNICIPAIS acreditamos que somos a salvação da Segurnça Pública; porque AS GURADAS MUNICIPAIS é uma instituição civil e seus Agentes é da comunidade, porisso somos uma Polícia cidadã. mas até nós Guardas Municipais estamos sofrendo com am perseguição da Polícia Militar, precisamos da ajuda de voçes para aprovação da nossa PEC.534 para podermos ter mais autonomia.

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