Mulheres Sem Terra ocupam terras e fazem mobilizações pelo interior de SP

Por Jade Percassi e Maria Aparecida, Da Página do MST

Nesta quinta-feira (7), foram realizadas ações pelas mulheres do MST por todo o estado de São Paulo, com o objetivo de denunciar a paralisia da Reforma Agrária. As atividades fazem parte da Jornada de Luta das Mulheres da Via Campesina.

Cerca de mil mulheres ocuparam terras em diferentes municípios e realizaram marchas e manifestações pelas cidades do interior paulista.

Pontal do Paranapanema

Cerca de 200 militantes ocuparam pela sétima vez a Fazenda Nazareth, no município de Marabá Paulista. A principal reivindicação é a agilidade para que a terra, já considerada devoluta, seja medida e destinada para assentamento.

A área que tem aproximadamente cinco mil hectares é de propriedade da família de Agripino Lima, deputado estadual de Presidente Prudente, e foi comprada de forma irregular. O deputado, que é dono de universidade, hospital e dos meios de comunicação da região, conseguiu todas as outras vezes a reintegração de posse.

Ribeirão Preto

Cerca de 200 mulheres trabalhadoras rurais do MST ocuparam nesta manhã a Fazenda Martinópolis, ligada a Usina Nova União, situada no município de Serrana.

A área está em processo de execução fiscal desde 1986 por parte do governo do Estado. A sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS ) dos proprietários da Fazenda Martinópolis já soma cerca de 300 milhões de reais.

A dívida ultrapassa o valor dos bens da Usina: terra, cana, indústria e demais benfeitorias, que se encontram penhorado como garantia do pagamento da dívida.

No ano passado, o governador Geraldo Alckmim se comprometeu a adjudicar a área para assentar centenas de famílias, desde que o Incra assumisse o compromisso de realizar o assentamento, o que já foi feito desde o dia 4 de dezembro do ano passado.

A mobilização cobra urgentemente uma reunião conjunta entre o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e o Incra, e agilidade para o cumprimento da promessa do governador.

Iaras

Na região de Iaras, mais de 250 militantes do MST sob o comando das mulheres ocuparam as sedes da empresa terceirizada IBS, de assistência técnica, nos municípios de Bauru e Iaras. O objetivo é pressionar para que sejam desapropriadas as terras para fins de Reforma Agrária, em especial as áreas com pendências de licenciamento ambiental e as fazendas do Núcleo Monções.

Além disso, retomar pautas históricas dos assentamentos, como conclusão das estradas, correção das redes de distribuição de água, regularização dos lotes, conclusão do apoio mulher, liberação dos créditos (Habitação e Apoio Mulher), renegociação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), conclusão das obras da Escola, conclusão das habitações, devolução das estruturas da cooperativa, entre outras.

Itapeva

Cerca de 150 militantes da região de Itapeva realizaram no município de Itaporanga uma manifestação contra o poder Judiciário e distribuição de alimentos produzidos nos assentamentos da região para a sociedade.

A atividade teve por objetivo denunciar a morosidade em realizar assentamentos em duas áreas já desapropriadas no município, exigindo audiência com o juiz.

Promissão

Cerca de 200 militantes entre homens e mulheres realizam uma marcha pelo município de São José do Rio Preto, encerrando com ato político em frente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A atividade, que conta também com a presença de apoiadores da reforma agrária de diversas organizações, visa pressionar pelo assentamento imediato das quase 800 famílias acampadas na região.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://www.mst.org.br/Mulheres-do-MST-ocupam-terras-e-fazem-mobilizacoes-pelo-interior-de-SP#.UTjVr35jK6U.gmail

Comments (1)

  1. Enquanto os trabalhadores rurais sem terra lutam pelo direito de trabalhar, os latifudiários lucram investindo os financiamentos que recebem do governo federal, no mercado de capitais, em imóveis urbaos e outros investimentos altamente lucrativos. Ao mesmo tempo em que os créditos para as família assentadas, qu vivem em condições precárias, não recebem o créditos do INCRA a que têm direito, para ivestir na melhoria da produção familiar.

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