Brasileira na Alemanha é alvo de racismo e violência sexual

Da Redação: com informações da jornalista Rafaela Carrijo, de Munique/Alemanha

Dresden/Munique/Alemanha – O caso da violência sexual com conotação racista sofrida pela produtora de eventos e sambista brasileira Denise Souza, conhecida pelo nome artístico Chocobom e residente em Dresden, cidade de cerca de 500 mil habitantes, capital da Saxônia, onde trabalha com promoção de eventos e cultura negra brasileira, está repercutindo nos jornais e nas redes sociais na Alemanha.

A brasileira foi atacada por membros do grupo carnavalesco pelo qual desfilou, no domingo durante os festejos em Dresden. “Por não aceitar ser mercadoria deles, três homens, membros da associação carnavalesca para a qual eu desfilei, empresários conhecidos e poderosos no país, me agrediram fisicamente”, contou.

Segundo Denise, mesmo gritando e pedindo ajuda, cerca de 10 pessoas que passavam pelo local ignoraram os pedidos de socorro. “Uma mulher desconhecida que passava gritou por socorro comigo, até que um homem chamou a Polícia e eles se recusaram a ajudar. Ferida, dirigi 20 Km até outra cidade onde, indignados, os policiais registraram a ocorrência e me conduziram ao exame de corpo de delito. Eu queria manter segredo sobre esse episódio humilhante e vergonhoso, mas seguindo conselho dos meus amigos torno isso público. Muitos de nós estrangeiros se negam a acreditar que esse tipo de coisa ainda exista por aqui, e por mais que tenhamos cuidado, um dia podemos nos tornar vítimas”, afirmou.

Repercussão

O caso está mobilizando a comunidade brasileira na Alemanha. A baiana Simone Weissmann, radicada há 20 anos em Munique, casada com um alemão e influente entre os membros da comunidade, disse que o caso da violência contra a brasileira preocupa. “Esperamos providências das autoridades”, afirmou.

A jornalista Rafaela Carrijo em relato para a Afropress escreveu: “Divulgo esta notícia como forma de alertar outros brasileiros sobre o perigo. Desejo que a justiça seja feita e que atos cruéis deste porte não sujem novamente o nome da Alemanha, que hoje é um dos países europeus que mais incentiva a integração estrangeira”, conta.

A jornalista disse que Denise é fundadora da Escola de Samba Leões, de Dresden, e já foi entrevistada por ela para o Programa Mosaico Baiano. “Posso comprovar a integridade do seu trabalho na Alemanha. Na reportagem que fiz, ela denunciou a insegurança de viver como mulher negra neste país europeu, mais precisamente, em Dresden, onde existem grupos neonazistas atuantes”, afirmou.

Segundo Carrijo, a imprensa alemã tem dado espaço para o caso e as autoridades estão trabalhando para a punição dos criminosos. “Vamos protestar contra o racismo e a violência no mundo antes que seja tarde demais”, concluiu, lembrando que este é o Ano da Alemanha no Brasil, iniciativa, que tem como objetivo estreitar os laços de amizade e cooperação entre os dois países.

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Enviada por Nabbonz Wende Guarani Kaiowa.

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