Indígena de 14 anos é vítima de agressão sexual

Dois rapazes foram presos na última quarta-feira, 23, na cidade de Borba, no Amazonas – a 150 quilômetros de Manaus, a capital –, acusados de estuprar uma indígena Munduruku de apenas 14 anos de idade. Jemerson, 20 anos e Jair, de 22, moram na comunidade Foz de Canumã, onde foram presos e conduzidos até a delegacia local.

A agressão aconteceu por volta das 20 horas da última terça-feira. A menina S.C.P teria sido atraída pelos rapazes, que lhe deram bebida alcoólica e provavelmente drogas para, em seguida, cometer o estupro. “Ela foi encontrada completamente embriagada, com marcas de violência sexual e se queixando de muitas dores”, relatou um morador que pediu para não ser identificado.

Por volta das 16 horas de quarta-feira, os dois acusados foram apresentados na delegacia de polícia onde foi lavrado o flagrante. Além dos agressores, foram conduzidos para a cidade a vítima, acompanhada de seu pai e de um policial. S.C.P foi levada ao hospital da cidade onde foi feito exame de conjunção carnal. A locomoção dos acusados e da vítima da comunidade para a cidade só possível com apoio dos comunitários que forneceram a embarcação.

A menina está sendo atendida pela psicóloga Mônica Carvalho, do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, de Borba e do Conselho Tutelar local. Segundo Mônica Carvalho, S.C.P. recebeu os primeiros atendimentos, queixa-se com freqüência de dores e está com dificuldade de andar. “Ela está medicada e muito abalada”, relata a psicóloga. Devido ao seu estado de saúde, S.C.P. não poderá retornar para a comunidade, devendo permanecer na cidade de Borba por mais alguns dias.

A violência sexual sofrida pela indígena Munduruku revoltou os profissionais que lhe prestaram atendimento. Eles temem que os acusados sejam liberados nos próximos dias e o crime acabe ficando na impunidade. “Crime semelhante aconteceu ano passado naquela mesma comunidade. Os agressores ficaram livres e estão lá zombando da polícia”, comenta um morador da localidade.

A comunidade Foz do Canumã fica localizada no rio Canumã, nas proximidades da terra indígena Kwatá/Laranjal, onde vivem indígenas Munduruku e Sateré Mawé.

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