A campanha da Duloren que gerou polêmica no primeiro semestre de 2012 acaba de ser tirada de circulação pelo Conar, sob alegação de “racismo, machismo e apelação”. Para quem não lembra, o anúncio trazia uma mulher negra de lingerie segurando um quepe ao lado de um militar desacordado.
Na legenda, “Pacificar foi fácil, quero ver dominar”. Entre as justificativas absurdas, exemplos como “a mulher só vai seduzir se puser lingerie” e “botaram uma negra no anúncio porque se passa numa favela e isso é racismo”. Já a própria marca explicou a campanha como ”pode-se pacificar um morro, mas nem homem nem soldado nenhum é capaz de dominar uma mulher usando lingerie Duloren”.
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Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
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PACIFICAR A CENSURA FOI FÁCIL,
QUERO VER DOMINAR A DEMOCRACIA
O politicamente correto está se tornando uma ditadura em nossa democracia. Estamos pasteurizando sutilezas das relações humanas ? tais quais: o sarcasmo, ironia, cinismo ? em uma sociedade pseudo-democrática onde expor o contraditório, as idiossincrasias e os diferenciais de nossa humanidade são racismo, sexismo ou preconceito. Já está na hora de amadurecermos e sairmos desta postura de encarar tudo com visão na qual tudo que fuja ao eticamente aceitável seja determinado como ofensivo, proibitivo e apelativo. Estamos caminhando para uma livre expressão ? pasmem ? tutelada pela moral e os bons costumes, despojada de sua irreverencia mais humana e censurada por um ditatorial melindre.
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária está com a medida de proibir o anúncio da Duloren em vexatório vilipêndio à liberdade de pensamento e de expressão. A criatividade, diante da postura do CONAR, está fadada a perder: o seu ar de brincadeira provocativa, o seu gingado em debochar das nossas diferenças e o sua liberdade em fazer troça de tudo e de todos, como há muitos e muitos carnavais atrás, através das marchinhas. Como são gostosas e populares as nem um pouco politicamente corretas marchinhas. Esta decisão precisa ser revista urgentemente, pois: pacificar a censura é fácil, quero ver dominar a democracia.