Retomada não é invasão! Pela luta dos Pataxó Hã-Hã-Hãe na reconquista do seu território

Nas duas últimas semanas do mês corrente, os Pataxó Hã-Hã-Hãe deliberaram retomar as restantes fazendas intrusadas na Reserva Indígena Caramuru-Paraguaçu (cujos títulos de propriedade foram cedidos, pelo estado da Bahia, a diversos ocupantes de terra no interior da Reserva, no período de 1976 a 1982). Desde então, têm sido alvo de uma campanha sistemática por parcela da mídia, notadamente televisiva, que busca, a todo custo, transformá-los em invasores, desordeiros e até criminosos.

Ontem, 21 de abril, um membro do Conselho Diretor da Anaí foi contatado, às 4:00, por índios instalados nas últimas fazendas retomadas, clamando por socorro diante dos ataques desfechados por pistoleiros, a mando dos invasores das terras indígenas. Tais ataques persistiram ao longo de três horas consecutivas! Eles pedem que ajamos, pois temem pelas vidas dos homens, mulheres e crianças que lá se encontram!

PARA ENTENDER A SITUAÇÃO

Grave disputa vem sendo travada, judicialmente, desde 1982, sobre as Terras Pataxó HãHãHãe (V. Nota Técnica emitida pela Associação Brasileira de Antropologia, Associação Nacional de Ação Indigenista e Conselho Indigenista Missionário).

Pautada a Ação Civil Originária – ACO 312/STF, pela segunda vez, para dar continuidade ao julgamento em 19.10.2011, tal não aconteceu, em decorrência de uma petição do Estado da Bahia que requereu sua retirada ou não inclusão em pauta, tendo em vista “grave comoção pública e eventual desordem social que uma decisão possa acarretar […]”.

Em 9 de abril de 2012, o mesmo Estado da Bahia comunicou ao STF haver adotado as providências “para garantia de tranquilidade e cumprimento da decisão que vier a ser adotada neste julgamento, requerendo o prosseguimento do feito”.

As medidas supostamente adotadas não foram explicitadas e os Pataxó estão apelando pela garantia da sua integridade física!

Postada por Pablo Camargo na lista do Cedefes.

Comments (4)

  1. Eu moro na Noruega, mas meu coração pertence aos povos indígenas da Amazônia. Eu encontrei a sua luta do meu jeito aqui da Noruega da maneira que eu passar o problema para os povos da Europa, de modo que outros países também se engajaram em sua causa. <3 <3 <3 Amazon no meu coração <3 <3 <3

  2. Nada mudou!!! Vivemos ainda na mesma situação do descobrimento, onde as terras indígenas (proprietários originários de suas terras) são usurpadas mais uma vez por “colonizadores” com o aval do Estado.

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