Polícia Federal indiciou dez suspeitos de ataque a acampamento indígena em MS

Fazendeiros teriam contratado seguranças para retirar os índios, diz PF. Inquérito sobre o caso será concluido nesta quinta-feira (22), diz polícia.

Tatiane Queiroz do G1 MS

A Polícia Federal (PF) indiciou 10 pessoas suspeitas de envolvimento no ataque ao acampamento indígena Guaviry, da etnia guarany-kaiwá, ocorrido no dia 18 de novembro. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, a PF informou que o inquérito sobre o caso será concluído nesta quinta-feira (22).

Segundo informações do Ministério Público Estadual (MPE), havia cerca de 30 indígenas no acampamento, localizado próximo a fronteira com o Paraguai, no momento da invasão. Os indígenas afirmam que aproximadamente 20 homens chegaram ao local em caminhonetes. Eles teriam atirado com armas de balas de borracha. Três pessoas foram atingidas. O cacique Nísio Gomes, de 59 anos, desapareceu e os índios afirmam que ele foi levado pelos invasores.

As investigações da Polícia Federal apontaram que fazendeiros da região teriam contratado seguranças de uma empresa privada de segurança para retirar os índios do local. Quatro pecuaristas, um advogado, dois administradores da empresa de segurança e outras três pessoas foram indiciados por lesão corporal, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo. Três integrantes do grupo de agressores chegaram a ser presos, mas foram soltos no decorrer do inquérito.
Local onde fica o acampamento indígena alvo de suposto ataque (Foto: Arte/G1)

Desaparecimento

Policiais encontraram vestígios de sangue do cacique no acampamento. Segundo a PF, a compatibilidade foi confirmada por laudo pericial. Para a polícia, esses indícios não comprovam a morte de Gomes. A quantidade do material encontrado foi pouca, o que significa que o ferimento provocado pelos tiros não seria suficiente para matar o cacique.

“Até o presente momento, a PF o considera desaparecido, até mesmo porque restam mais evidências de que ele esteja vivo do que morto”, enfatizou o órgão em nota divulgada pela assessoria de imprensa.

Enviada por Pablo Camargo para a lista do Cedefes.

Comments (2)

  1. Perfeito, Braz! É o jornalismo do “teriam” (contratado, atirado, dito etc), sempre que a informação em questão não é exatamente a que os “donos da voz”, como na música do Chico, gostaria fosse divulgada. Com certeza, se quem estivesse “falando” fosse um fazendeiro ou um ruralista da vida, ele “afirmaria”, “explicaria”, “esclareceria” etc.

  2. Como assim, “suposto ataque”?? O que a reportagem não diz é que a “empresa de segurança” foi autorizada pelo ministério da justiça. E nem dos casos anteriores de “desaparecimento”. Deveriámos estar fartos de mentiras e hipocrisia!

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