Nota aos trabalhadores em greve nos canteiros da UHE Belo Monte

Quando indígenas, pescadores, ribeirinhos, populações das zonas rurais e urbanas ocuparam os canteiros da usina de Belo Monte no final do mês passado, em outubro/2011, reafirmaram que não aceitam a construção desta hidrelétrica, projeto que há décadas denunciam como violador do rio, da floresta e da vida.

Caso construída, a UHE Belo Monte represará e secará 100 Km de um dos rios mais importantes do planeta, tudo isso para atender a ganância de indústrias e mineradoras que já destruíram mais de 1/3 de todos os recursos naturais da Terra, causando catástrofes ambientais e sociais devastadoras. Mesmo assim o governo brasileiro e a Norte Energia (NESA) seguem com o plano de construir Belo Monte.

Agora são os trabalhadores da construção civil que novamente escancaram o belo monte de problemas que esta usina está provocando. Motivados por baixos salários, desvio de função, quebra de acordos, maus tratos e até mesmo fornecimento de água contaminada e comida estragada, conforme denunciaram, os operários entraram em greve e fecharam a Transamazônica para chamar atenção à sua situação.

É uma clara demonstração que a Norte Energia começou a oprimir e maltratar os trabalhadores já no início da obra. Surpresa? Não! Jirau está ai para nos dar o exemplo. A vida das pessoas não vale nada para quem, como vampiros do capital, vivem sugando a energia dos rios e dos seres humanos e não humanos, aumentando a riqueza concentrada nas mãos de 1% da população mundial.

As empreiteiras que hoje lesam os trabalhadores são as mesmas que financiaram 40% da campanha da presidente Dilma Rousseff. O governo, solidário ao grande capital, agora paga a conta com dinheiro público, arrecadado pelos impostos pagos pela classe trabalhadora.

O Comitê Xingu Vivo, ao contrário do governo, solidariza-se com os trabalhadores em greve nos canteiros da usina de Belo Monte, afirmando que os bilhões que serão entregues para as empreiteiras deveriam ser utilizados para a construção de casas populares, postos de saúde, escolas, saneamento básico e outras obras que gerariam emprego para a construção civil, melhorando a vida das famílias destes e de outros trabalhadores.

TODO O APOIO AOS TRABALHADORES DA CONTRUÇÃO CIVIL!

XINGU VIVO, AMAZÔNIA LIVRE!

Belém, 28 de novembro de 2011

Assinam esta nota:
– Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
– Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)
– Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
– Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
– Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)
– Associação Sindical Unidos Pra Lutar
– Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
– Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
– Comitê Dorothy
– Companhia Papo Show
– Coletivo de Juventude Romper o Dia
– Central Sindical e Popular CONLUTAS
– Diretório Central dos Estudantes/UFPA
– Diretório Central dos Estudantes/UNAMA
– Diretório Central dos Estudantes/UEPA
– Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE – Amazônia)
– Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
– Fundação Tocaia (FunTocaia)
– Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
– Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)
– Fundo Dema/FASE
– Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)
– Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)
– Instituto Universidade Popular (UNIPOP)
– Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)
– Justiça Global
– Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)
– Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
– Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
– Movimento Luta de Classes (MLC)
– Movimento Estudantil Vamos à Luta
– Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura
– Movimento Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)
– Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
– Partido Comunista Brasileiro (PCB)
– Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
– Partido Comunista Revolucionário (PCR)
– Rede de Educação Cidadã (RECID)
– Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)
– Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
– Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)
– Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
– Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)
– Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua
– Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM)
– Vegetarianos em Movimento (VEM)
– APA-TO – Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins
– ABO – Associação Brasileira dos Ogãs
– AOMT BAM – Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas
– AART -AP – Associação de Artesãos do Estado do Amapá
– ACANH – Associação de Comunicação Alternativa Novo Horizonte
– ADCP – Associação de Divisão Comunitária e Popular
– AGLTS – Associação de gays, lésbicas e transgêneros de Santana
– AHPRIM – Associação de Hortifrutigranjeiros Pescadores e Ribeirinhos de Marabá
– AMQCSTA – Associação de Moradores Quilombolas da Comunidade de São Tomé do Aporema
– AMAP – Associação de Mulheres do Abacate da Pedreira
– AMVQC – Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú
– APREMA – Associação de Proteção ao Riacho Estrela e Meio Ambiente
– AMOB – Associação dos Moradores do Bengui
– AEM – Associação Educacional Mariá
– ASSEMA – Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão
– ACUMNAGRA – Associação Sóciocultural de Umbanda e Mina Nagô
– Encanto – Casa Oito de Março – Organização Feminista do Tocantins
– CCN – CENTRO DE CULTURA NEGRA DO MARANHÃO
– CEDENPA – Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará
– CENTRO TIPITI – Centro de Treinamento e Tecnologia Alternativa Tipiti
– CPCVN – Centro Pedagógico e Cultural da Vila Nova
– CPDC – CENTRO POPULAR PELO DIREITO A CIDADE.
– CJ-PA – Coletivo Jovem de meio Ambiente do Pará
– COMSAÚDE – Comunidade de saúde, desenvolvimento e educação
– CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
– COMTRABB – Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga
– COOPTER – Cooperativa de Trabalho, Assistência Técnica, Prestação de Serviço e Extensão Rural
– FAMCOS – Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém
– FECAP – Federação das Entidades Comunitárias do Estado do Amapá
– FECARUMINA – Federação de Cultos Afroreligiosos de Umbanda e Mina Nagô
– FÓRUM CARAJÁS
– Fórum dos Lagos – Fórum de Participação Popular em Defesa dos Lagos Bolonha e Água Preta e da APA/Belém
– FMS BR163 – Fórum dos Movimentos Sociais da Br 163 PA
– GHATA – Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá
– ISAHC – Instituto de Desenvolvimento Social e Apoio aos Direitos Humanos Caratateua
– IMENA – Instituto de Mulheres Negras do Amapá
– Instituto Humanitas
– EcoVida – INSTITUTO ECOVIDA
– ITV – Instituto Trabalho Vivo
– SNDdeN – IRMÃS DE NOTRE DAME DE NAMUR
– Só Direitos
– MMM – AP – Marcha Mundial das Mulheres
– MSTU – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO URBANO
– MMIB – MOVIMENTO DE MULHERES DAS ILHAS DE BELÉM
– MOEMA – MOVIMENTO DE MULHERES EMPREENDEDORAS DA AMAZONIA
– MOPROM – MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA MULHER
– MRE – MOVIMENTO REPÚBLICA DE EMAÚS
– Mulheres de Axé – Mulheres de Axé
– SINDOMESTICA – Sindicato das Empregadas Domésticas do Estado do Amapá
– STTR/STM – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém
– STTR MA – Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
– UFCG – União Folclórica de Campina Grande
– UMAMLAJ – União Municipal das Associações de Moradores de Laranjal do Jarí

http://lindomarpadilha.blogspot.com/2011/11/nota-aos-trabalhadores-em-greve-nos.html

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