América do Sul relança projetos de infraestrutura

Nova agenda prioritária a ser aprovada hoje enfrenta desafio de financiamento e pressão de ambientalistas

Os 12 ministros de Planejamento da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) lançarão hoje em Brasília um novo plano de integração da infraestrutura regional. Entre linhas de transporte fluvial, rodovias e ferrovias, será aprovada uma agenda de 31 projetos prioritários para os próximos dez anos, com 88 obras e custo de US$ 16 bilhões.

O de maior interesse para o Brasil é a construção dos ramais ferroviários para a ligação dos portos de Paranaguá (PR) e Antofagasta (Chile). Responsável pelo tema no Itamaraty, João Mendes diz que o enfoque do Programa de Ação Estratégica do Cosiplan (Conselho de Infraestrutura e Planejamento da Unasul) será diferente do da antiga IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana), criada em 2000.

Em vez de corredores de exportação de insumos para fora do subcontinente, será privilegiado o “desenvolvimento interno” da região. O Brasil é beneficiário desse desenvolvimento: os 11 vizinhos são responsáveis por dois terços de suas exportações de manufaturados, além de concentrarem os investimentos das múltis nacionais.

No entanto, a baixa capacidade de financiamento de longo prazo da região é um dos empecilhos. Mendes diz que será criado um grupo de trabalho com bancos nacionais e regionais para “buscar equações financeiras viáveis”. Secretária-geral da Unasul, María Emma Mejía disse à Folha que também se pretende atrair investimentos privados, incluindo de países de outros continentes.

O ativismo de grupos indígenas e ambientalistas, sobretudo na Amazônia, é outro desafio. Segundo João Mendes, no entanto, o estudo de impacto ambiental será prerrequisito para a aprovação dos projetos.

Enviada por Ricardo Verdum.

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