Vila Autódromo/RJ – Cadastro da Prefeitura para o início do projeto de remoção

“Pergunta pro Eduardo Paes se ele quer morar numa casa de 40 metros quadrados”!

por Henrique Zizo

ATENÇÃO: Atentem-se que os logotipos de empresas que aparecem no vídeo são as patrocinadoras das Olimpíadas, ou seja, direta ou indiretamente financiam os projetos de remoção da comunidade. A produção do vídeo foi feita pelo Coletivo de Comunicação do MNLM com apoio da WITNESS.

Na última quarta-feira (19/10) cerca de 30 funcionários da prefeitura (secretaria de assistência social e secretaria de habitação) foram até a comunidade Vila Autódromo, localiazada na Barra da Tijuca, realizar o cadastro e marcações das casas para dar início implantação do projeto de remoção. A proposta desse vídeo é registrar a forma como a prefeitura estabelece seu “diálogo” com os moradores.

Durante a atividade tentei conversar com alguns funcionários sobre os procedimentos da ação e os mesmos foram evasivos dizendo que nada poderiam falar. Em conversa com o assessor de comunicação Gabriel Caroli, ninguém nem mesmo ele estavam autorizados a dar entrevistas.

Em uma tenda armada na entrada da Vila Autódromo o projeto da “reassentamento” foi apresentado à comunidade na manhã do último domingo (16/10) pelo Secretário de Habitação do RJ, Jorge Bittar. Quando questionado porque não direcionar o uso da verba para melhorias da comunidade e não sua remoção, o secretário alega que seu papel é a de implantação do projeto, não podendo responder qual o motivo da inclusão da comunidade no espaço do Parque Olímpico.

A proposta de remoção dos moradores para apartamentos de 40m² a serem construídos num terreno localizado na Estrada dos Bandeirantes, encontra-se agora comprometida. Na última terça-feira (15/10) o prefeito Eduardo Paes cancelou a compra do terreno após denúncias de que a empresa proprietária, “Tibouchina Empreendimentos”, é controlada pela “Rossi Residencial” e “PDG Realtypor”, contrutoras que fizeram doações à campanha de Eduardo Paes na campanha de 2008.

A tentativa de remoção da comunidade por parte do Estado não é algo novo. Em 92 os moradores passaram pela mesma experiência sob o argumento de “dano estético e ambiental”. Processo que deixou visível seus rastros com a pichação “SMH” em azul nos muros das casas.

Uma comunidade com mais de mil moradores que se desenvolveu sem nenhum recurso do Estado. Inúmeros comércios, templos religiosos, atividades e uma história de mais de mais de 40 anos que não cabem em apartamentos nem condizem com tal realidade.

Citações do vídeo:
http://www.vanguardngr.com/2011/09/brazil-olympic-committee-chief-denies-irre…
http://ademi.webtexto.com.br/IMG/pdf/doc-1309.pdf

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