Por Assessoria de Comunicação
O estado da Bahia registrou acentuado aumento de conflitos no campo na região Nordeste no ano de 2010, com o crescimento de 48 para 91, mais de 89,6%. Os dados são do Caderno de Conflitos 2010, publicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e serão tema do Programa Geografando nas Sextas: o Campo Baiano em Debate, dia 19 de agosto, às 14 horas, no Auditório Yêda de Andrade Ferreira, no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia – UFBA (rua Barão de Jeremoabo, s/n, Campus Universitário de Ondina).
Os conflitos em números
Mas o que mais marca o ano de 2010 é o crescimento do número de assassinatos em Conflitos no Campo. Trinta e quatro assassinatos, um número 30% maior que em 2009, quando foram registrados 26. Esse número representa uma inflexão na tendência de queda que vinha desde 2006. Assassinatos: 2006 ( 39) 2007 ( 28) 2008 ( 28) 2009 (26) 2010 (34). Trinta destes assassinatos ocorreram em Conflitos pela Terra, dois em Conflitos pela Água e dois em Conflitos Trabalhistas. A região Norte concentrou 21 destes assassinatos; o Nordeste, 12 e o Sudeste 1. O Pará mantém a liderança quanto ao número dos assassinatos, 18, número 100% maior que em 2009, quando foram registrados 9. O Maranhão apresentou porcentagem ainda maior no crescimento do número de assassinatos. Em 2010 foram assassinados quatro trabalhadores, 300% a mais que em 2009, quando foi registrado um assassinato.
O que é triste constatar é que nove dos 18 assassinatos no Pará envolveram trabalhadores contra trabalhadores, casos da Fazenda Vale do Rio Cristalino e do Assentamento Rio Cururuí. Uma violência que esconde os reais responsáveis pela tragédia. Desavenças entre trabalhadores são geradas pelos interesses do capital, sobretudo das madeireiras.
Além dos assassinatos, em 2010 foram registradas 55 tentativas de assassinato, 125 pessoas receberam ameaças de morte, 4 foram torturadas, 88 presas e 90 agredidas.