Índios adiam novamente entrada em operação da hidrelétrica de Dardanelos

A hidrelétrica de Dardanelos (261MW), em Aripuanã, no Mato Grosso, está pronta desde janeiro deste ano, quando estava programado o início de sua geração de energia. O empreendimento, porém, aguardava a conclusão das obras da linha de transmissão que ia conectá-la ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A reportagem é de Luciano Costa e publicada pelo Jornal da Energia, 21-06-2011.

Agora, a linha está pronta, mas a planta continua impedida de gerar. Nesta terça-feira (21/6), em reunião da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Energética Águas da Pedra, responsável pelo projeto, alegou que a usina teve equipamentos, como computadores, roubados no início do mês, durante uma invasão indígena à planta.

De acordo com o representante da empresa, um novo cronograma com as datas para início da operação em teste e da operação comercial está sendo preparado. A companhia alega que, quando houve a entrada dos índios em seu território, a usina tinha plena condição de operar, mas ainda não havia sido avisada pela Aneel ou pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) sobre a disponibilidade da linha de transmissão, que teria sido concluída nos primeiros dias de junho. A empresa ainda acredita que, caso a usina já estivesse em funcionamento, a invasão poderia não ter ocorrido.
A reunião da Aneel discutia a questão contratual da usina, que havia recorrido contra decisão anterior da agência. Na ocasião, havia ficado decidido que a Águas da Pedrapoderia escolher entre comprar energia no mercado livre para honrar os acordos fechados com distribuidoras no leilão da usina, recebendo a receita total prevista nos contratos; ou se eximir de entregar a energia, mas, nesse caso, ficando sem receber a receita.

De acordo com a Aneel, a Águas da Pedra apresentou contratos de recomposição de lastro até a última contabilização da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em abril. A empresa, porém, queria receber integralmente a receita dos contratos que havia firmado, por entender que não teve culpa no atraso do cronograma.

A diretoria resolveu negar o pedido da empresa e optou por dar mais dez dias para que seja feita a escolha entre aportar lastro ou suspender os contratos no período em que a planta não estiver gerando energia. A companhia também está isenta das penalidades decorrentes do não aporte de garantias financeiras exigida pelas regras de comercialização até a data de sua manifestação. Durante a discussão do voto, o diretorJulião Coelho estimou que, com o início, em breve, da operação em testes, a usina deve iniciar a operação comercial em agosto.

 

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