Padre cobra ações firmes do governo

No dia 16, a secretária nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, foi apresentada no Rio ao líder camponês João Batista Galdino e à freira Marie Henriqueta Cavalcante, coordenadora da Comissão Justiça e Paz. Os dois estão ameaçados de morte no Pará e foram levados à ministra pelo padre Ricardo Rezende, que morou durante 20 anos no estado, onde atuou ao lado dos trabalhadores rurais e no combate ao trabalho escravo.

Embora viva no Rio há 15 anos, Ricardo Rezende continua ligado aos movimentos sociais do Pará, para onde viaja pelo menos uma vez por ano. O padre é personagem central do documentário Esse homem vai morrer – um faroeste caboclo, de Emilio Gallo, lançado há duas semanas. O filme relata histórias de mortos e sobreviventes da região. “A ministra ficou muito preocupada, muito apreensiva. Disse que era uma prioridade da presidente Dilma superar os problemas no Pará”, conta o padre Ricardo, em entrevista na qual comentou as recentes mortes de líderes sindicais no Pará e em Rondônia.

Coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo da UFRJ, Ricardo Rezende diz que é preciso combinar a proteção dos líderes que estão em risco com a investigação das ameaças de morte. Mas também cobra ações objetivas de reforma agrária e combate à grilagem. Neste aspecto, diz, o governo Lula não avançou e apenas repetiu os antecessores.

 

ESTADO DE MINAS, 31-5-2011

 

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