Mauro Viana*
No dia 13 maio, representantes de várias Ongs, sindicatos, CUT, Movimento Negro e de órgãos públicos promovem uma caminhada seguida de feijoada, na Zona Portuária, a fim de convocar a população para o debate, em torno do Memorial da Diáspora Africana, na região. A concentração está marcada para ás 17 horas, na Praça Jornal do Comercio, na rua Barão de Tefé, próximo ao Hospital dos Servidores. Na Ala de Frente virá o Afoxé Filhos de Gandhi.
A caminhada sairá 18 horas da Rua Barão de Tefé em direção à Rua Pedro Ernesto. Instituto Pretos Novos e Centro Cultural Jose Bonifácio estão no roteiro por abrigarem patrimônio imaterial afrobrasileiro.
A Fundação Cultural Palmares (órgão do Ministério da Cultura) através de sua representação, no Rio de Janeiro se uniu aos movimentos sociais cariocas, para garantir construção do Memorial, em meio às obras do projeto Porto Maravilha.
A recente descoberta do sítio arqueológico do Cais do Valongo injetou ânimo aos militantes, que constituíram uma comissão, exclusivamente para dialogar com as autoridades sobre o Memorial. “O Sítio Arqueológico do Valongo da é mais uma prova da Zona Portuária como porto de entrada da maioria dos africanos, nas Américas”, defende Benedito Sérgio, Representante Regional da Fundação Cultural Palmares, no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Há 10 anos, o historiador Carlos Eugênio Líbano pesquisa a chamada Pequena África. O resultado destas pesquisas levou o Museu Nacional e Universidade Federal do Rio de Janeiro estruturar uma equipe de arqueólogos para levantar os indícios científicos. Coordenada pela Professora Tânia Andrade Lima, as buscas arqueológicas resultaram na descoberta das peças africanas do século XIX. Os arqueólogos encontram búzios, cachimbos africanos, pedrarias, material de artesanato e confecção.
No dia 21 de março de 2011 houve o lançamento da Pedra Fundamental do Memorial da Diáspora Africana. A data marca O Dia Internacional pela Eliminação do Racismo. Na ocasião, representantes de dezenas de organizações governamentais e não governamentais promoveram um ato simbólico no Sítio Arqueológico do Cais do Valongo. O movimento em favor do Memorial da Diáspora Africana lançou a Carta do Valongo, no dia 17 de março. Os trabalhos prosseguiram em sucessivas reuniões em abril dias 11, 18, 24 e 27) e 3 de maio.
Anote as entidades participantes:
Cedine (Conselho Estadual do Direito do Negro), Ceppir (Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura do Rio de Janeiro), Fundação Palmares do Ministério da Cultura, Instituto Pretos Novos, Projeto Comunicar, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Comdedine (Conselho Municipal do Direito do Negro da Prefeitura do Rio de Janeiro), IPCN (Instituto de Pesquisa de Cultura Negra), Assores ( Associação Cultural República do Samba), Estimativa, Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas), Centro Sócio-Cultural Zé Ketty, Centro de Produção Fotográfica Quilombo 32, CUT (Central Única dos Trabalhadores), Incubadora Afro-brasileira, IPDH (Instituto de Palmares de Direitos Humanos), Afro-Brasil Turismo, Gabinete do Deputado Gilberto Palmares, ARQPEDRA (Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal), Unegro, 100% África , Centro Afro-Carioca de Cinema, Suppir (Superintendência de Promoção da Igualdade – Secretaria de Direitos Humanos).
* Mauro Viana é jornalista