PRESO FAZENDEIRO MANDANTE DO ASSASSINATO DE LÍDER QUILOMBOLA

O fazendeiro Manoel Gomes foi preso na manhã de hoje (dia 22), por ser acusado de mandar executar a liderança quilombola Flaviano Pinto Neto, 45 anos, morador da comunidade quilombola do Charco, em São Vicente Férrer (releia aqui). A prisão foi efetuada em São João Batista, onde reside o acusado.

Já estavam presos, em São Luís, o executor do crime, Irismar Pereira, e o intermediário, o ex-policial militar Josuel Sodré Saboia, detido no início deste mês de fevereiro, no Anjo da Guarda, em São Luís.

Além da investigação policial, o caso está sendo acompanhado por entidades de Defesa dos Direitos Humanos, como Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA, Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, Comissão Pastoral da Terra, entre outras.

Provas irrefutáveis

O delegado de Homicídios, Maiomone Barros, em entrevista à rádio Mirante AM, na manhã de hoje afirmou que as investigações feitas até agora são suficientes e apresentam provas irrefutáveis sobre a responsabilidade de Manoel Gomes e a participação de Josuel e Irismar.

“Desde novembro de 2010 estamos trabalhando nesse inquérito, que é complexo. Mas conseguimos provas irrefutáveis. […] Por mais que eles neguem, as provas são suficientes para comprovar o caso”, explicou o delegado.

Para Maimone Barros, o crime está elucidado. Faltam apenas alguns detalhes para concluir todo o inquérito, como informações que definam a participação de outras pessoas nesse crime.

Desde 2005 existe o conflito na comunidade do Charco. Em 2006, Flaviano Pinto e Manoel Santana da Costa, marcado para morrer, foram ao Incra para que o  órgão solucionasse o caso. Em 2009, as duas lideranças recorreram ao MPF.

O MPF já havia instaurado um inquérito para apurar a atuação do Incra, depois que a Fundação Cultural Palmares, comunicou a Procuradoria da República, que já havia certificado a comunidade do Charco, como área de remanescentes de quilombos.

Para o procurador da República, Alexandre Soares o Incra tem sido omisso em proceder às medidas administrativas à identificação, reconhecimento, delimitação e titulação da área quilombola do Charco (releia aqui).

Com a conclusão do inquérito sobre a morte de Flaviano Neto, o procurador Alexandre Silva Soares aguardará denúncia do Ministério Público estadual à Justiça, para apresentá-la, também, à Justiça Federal.

http://www.itevaldo.com/?p=6366. Enviada por Edmilson Pinheiro.

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