Paula Vitorino – campograndenews.com.br
Para Borges, o racismo precisa ser combatido dentro da família e, principalmente, já nas crianças. “As pessoas não têm coragem de dizer que são racistas. Mas ele existe e já dentro da família. Quando o pai diz para a criança que não gosta de negro, essa criança já vai crescer com a mentalidade racista”, diz.
Uma das soluções apontadas pelo representante de movimentos negros é a inclusão da história do negro na grade curricular do ensino fundamental e médio. “Estamos lutando para que a história da África e do negro no Brasil entre no currículo escolar. O povo que não tem sua história reconhecida não é nada. Isso é uma forma de dizer que nós não existimos”, ressalta.
Os vários nomes que a legislação designou para a discriminação racial, segundo Borges, também contribui para a impunidade.
“A lei precisa ser aplicada. Preferem chamar de injúria ao invés de racismo. Isso é uma forma de dizer que no Brasil não existe racismo.”, frisa.
Já o advogado e conselheiro do Conselho Estadual de Direitos do Negro, José Roberto Camargo de Souza, alerta para a necessidade de que as leis sejam devidamente cumpridas.
“A legislação precisa ser aplicada. A vítima deve registrar boletim de ocorrência e também pode entrar com ação na justiça contra danos morais e então receber indenização do autor. Dessa forma, o autor pode ser punido com detenção e também pagar com o bolso”, explica.
Ele ainda orienta as pessoas que se sentirem ofendidas ou discriminadas racialmente a procurar o Conselho. “Lá nós prestamos todo apoio a vítima e orientamos sobre seus direitos”, esclarece.
O telefone do Conselho Estadual de Direitos do Negro é 3382-9206.
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