Sem menções aos quilombolas, pelo menos nesta notícia, Kinross assina TAC para reparar danos ao meio ambiente em MG

Após ser alvo de um inquérito civil por parte do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), a canadense Kinross Gold Corporation assinou nesta semana um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O acordo prevê a reparação de danos causados ao meio ambiente em virtude dos investimentos na expansão da Mina do Ouro, em Paracatu, na região Noroeste do Estado.

De acordo com o promotor Marcelo Azevedo Maffra, o inquérito foi iniciado em 2005, período em que a mineradora realizava a primeira fase da expansão. A Kinross realizou investimentos da ordem de US$ 540 milhões em Paracatu, que entrou em operação no final de 2008.

O projeto elevou a capacidade instalada em 162,5%, passando de 160 mil onças para 420 mil onças. Os aportes realizados na unidade também possibilitaram elevar a vida útil da jazida em 30 anos, para 2037. A previsão incial era atingir a exaustão em 2016.

O acordo também abrangerá os investimentos em andamento que deverão totalizar R$ 700 milhões entre 2011 e 2012, conforme o promotor. Até o próximo ano a Kinross passará a produzir 17 milhões de toneladas/ano, conforme já informado pela empresa.

Entre as medidas previstas no documento está o investimento de R$ 12 milhões em projetos ambientais na Bacia do Rio São Francisco ou na implantação e manutenção da Unidade de Proteção e Integral em Paracatu. A empresa também irá custear a realização de estudo para avaliar os índices de arsênio na área de influência direta do empreendimento, conforme informações do MPMG.

Negociação – A multinacional canadense também irá depositar R$ 1 milhão anualmente durante todo o período de exploração mineral no município como garantia da recuperação ambiental. Além disso, a mineradora irá custear um projeto de rede de monitoramento do ar na região.

A empresa também ratificou medidas já previstas durante o processo de licenciamento ambiental, como a elaboração do Projeto de Recuperação de Área Degradada, Plano de Fechamento de Mina e de desativação das barragens, integrados com um projeto de reabilitação das áreas mineradas.

A negociação com as mineradoras para reduzir os impactos provocados pela atividade vem sendo utilizada pelo MPMG. De acordo com o promotor, o TAC é um instrumento eficaz para evitar os danos, pois os processos judiciais necessitam de maior tempo para serem concluídos.

Em 2010, a Nacional Minérios S/A (Namisa), controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) também assinou um termo, o que destravou investimentos da ordem de US$ 1 bilhão na implantação um usina pelotizadora em Congonhas (Campos das Vertentes).

O acordo prevê a realização de medidas compensatórias relativas a irregularidades no processo de licenciamento e os impactos ambientais causados pelo empreendimento.

Também no ano passado, a Emicon Mineração e Terraplenagem Ltda, instalada em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, assinou acordo com o MPMG, encerrando um dos maiores passivos ambientais do Estado.

Fonte: Diário do Comércio. Enviada por Ricardo Álvares.

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