Lançado o registro em Baturité sobre comunidade quilombola

Quilombolas da região dos Inhamuns, no Sertão Central.

Religião, danças tradicionais, trabalho, costumes, transporte. A história da comunidade quilombola da Serra do Evaristo, em Baturité, está documentada em vídeo e através de uma cartilha que será utilizada nas escolas do município, que fica a 93 quilômetros de Fortaleza.

O trabalho faz parte do Projeto Protagonismo Juvenil no Alto da Serra, de autoria da Organização Não-Governamental Instituto da Juventude Contemporânea (IJC) que integrou os jovens da comunidade no projeto.

“No documentário e na publicação foram abordados vários aspectos da cultura imaterial, do ponto de vista da juventude negra”, explica Rafael Mesquita, coordenador de gestão do IJC, reafirmando que houve participação direta da juventude. “São os primeiros registros da história da comunidade.

E o melhor é que o projeto foi concretizado a partir do trabalho dos próprios jovens, que puseram a câmera nas mãos e produziram.”

Lugarejo

A comunidade quilombola da Serra do Evaristo vive em um lugarejo de difícil acesso. O povoado é originado de populações negras que procuravam abrigo por causa da exploração sofrida no tempo da escravidão.

Atualmente são aproximadamente 130 famílias que sobrevivem da agricultura, mas estão sendo conscientizadas sobre o resgate de suas tradições.

Existem lideranças como o agricultor Vilson José Soares, 38, preocupadas em repassar para os mais jovens a cultura, as danças e os costumes dos que viveram no antigo quilombo.

“Para realizar o projeto, tivemos um período de formação dos que iam produzir o documentário e a cartilha. Fizemos pesquisas nas famílias, junto aos mais velhos e os jovens foram distribuídos de acordo com cada atividade”, informa Rafael.

O projeto começou no segundo semestre de 2009 e terminou em fevereiro passado. No início deste mês, houve o lançamento na igrejinha de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira do distrito.

“Com esse trabalho, o IJC finaliza a 1ª etapa do projeto, que contou com o financiamento da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado do Ceará. Agora vamos partir para uma segunda etapa que será da formação política.

Haverá novas discussões e cursos, mas vai depender do apoio de entidades e instituições como ocorreu na primeira fase do projeto”, diz Rafael.

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