IBGE indica que 226 mil famílias ainda não têm acesso ao programa

Existem pelo menos 226 mil famílias pobres no País com direito a receber benefícios do Bolsa- Família, mas ainda sem acesso ao programa de transferência de renda. São pobres cuja existência é indicada por estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas que não são localizados pelas prefeituras municipais, responsáveis pelo cadastramento dos beneficiários do programa.

A reportagem é de Marta Salomon e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 16-11-2010.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, o maior número de vagas está concentrado em São Paulo. São quase 319 mil vagas para jovens no Estado com a mais baixa cobertura no país: 77,93% do número estimado de pobres recebe o benefício, de acordo com o levantamento mais recente da pasta.

O resultado do Estado é provocado, em grande parte, pela situação do município de São Paulo, que teria cadastrado menos da metade (40,57%) dos pobres indicados pelos dados do IBGE.

A baixa cobertura de São Paulo é compensada parcialmente pelos Estados do Nordeste e do Norte. Todos – com exceção de Rondônia – superaram as estimativas do IBGE, cadastraram e asseguraram o pagamento de benefícios a um número maior de pobres. As duas regiões concentram pouco mais de 60% dos beneficiários do Bolsa-Família.

Desafio

Se a inclusão de um número maior de pobres no programa é ainda um desafio para o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, uma questão está preliminarmente afastada dos debates da equipe de transição, segundo a ministra Márcia Lopes (Desenvolvimento Social). Está descartada a proposta de redução dos pagamentos do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O benefício, pago a idosos e portadores de deficiência pobres, está atrelado ao salário mínimo, e tem impacto muito maior nos custos do governo do que o Bolsa-Família, embora atenda a uma clientela menor.

Neste ano, os 3,6 milhões de beneficiários do BPC receberam R$ 22 bilhões, contra os R$ 13,4 bilhões pagos aos 12,7 milhões de famílias beneficiadas pelo programa de transferência de renda.

Mudanças no BPC foram deixadas de lado por causa do peso do programa no combate à pobreza e à desigualdade. A redução do valor do benefício foi estudada no governo Lula.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=38416

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