Plano vai viabilizar uma fonte de renda sustentável para assentados da reforma agrária
Agricultores assentados dos municípios do Arco Verde serão capacitados para atuarem como fornecedores de sementes e mudas que serão usadas na recomposição das áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal (ARL) na Amazônia. As sementes e mudas poderão suprir os próprios assentamentos, os demais agricultores e os futuros demandantes de espécies florestais na região.
A primeira etapa do Plano de Reflorestamento está prevista para o fim deste ano e 2011. A ação abrange mais de 20 mil hectares e vai beneficiar diretamente pelo menos 10 mil famílias assentadas. Ao todo, estão envolvidos projetos de assentamento dos municípios paraenses de Marabá, Itupiranga, Pacajá e Paragominas. No Mato Grosso, serão atendidos os municípios de Querência, Peixoto de Azevedo, Nova Ubiratã e Confresa.
O objetivo do plano é viabilizar uma fonte de renda sustentável para assentados da reforma agrária e, ao mesmo tempo, recuperar áreas desmatadas da Amazônia Legal. A iniciativa foi consolidada com a assinatura do Termo de Cooperação entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O investimento total do Incra no projeto chega a R$ 12 milhões. Os recursos serão transferidos para a Embrapa e vão financiar os trabalhos de pesquisa, implantação e legalização de áreas de coleta de sementes nativas e produção de mudas, dentro e fora dos assentamentos.
Reflorestamento e capacitação – Em cada um dos oito municípios selecionados, será feito um levantamento da cadeia produtiva florestal e do tipo de vegetação característico. O objetivo é definir as espécies mais indicadas para o reflorestamento. Em seguida, serão selecionadas pelo menos dez árvores nativas que servirão como matrizes das espécies em cada povoamento natural.
A quantidade de mudas necessárias para reabilitação de cada área a ser recuperada será definida por meio de levantamento junto ao Incra, tendo como base os estudos de avaliação das APP e ARL.
Também serão identificados ou implantados em local estratégico viveiros para produção de mudas, que serão submetidos ao controle de qualidade e às normas legais vigentes no País. Por fim, serão promovidos dois cursos de capacitação para trinta assentados, em cada município. No total, serão 16 cursos voltados para 480 assentados. A idéia é que eles dominem a técnica de coleta de sementes e produção de mudas, e sejam multiplicadores desse trabalho em suas comunidades.
A Embrapa também produzirá cartilhas e manuais técnicos sobre identificação, marcação de árvores matrizes, coleta e conservação de sementes.
Ainda serão oferecidos cursos reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destinados a viveiristas, agricultores familiares, assentados e demais interessados na produção de mudas. Os temas abordados envolvem protocolos de germinação, propagação vegetativa, adubação, pragas e doenças, entre outros.
Operação Arco Verde – A operação Arco Verde do Governo Federal foi institucionalizada pelo Decreto nº 7.008, de 12 de novembro de 2009, para reduzir o nível de desmatamento nos estados do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. O objetivo é favorecer a transição do atual modelo de produção para um modelo sustentável, através de um conjunto de programas. A região foi estrategicamente escolhida pelos altos índices de desmatamento mapeado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).
http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/nucleo-de-comunicacao-publica/copy_of_em-questao-1/em-questao-do-dia/assentamentos-vao-produzir-sementes-e-mudas-para-recuperacao-da-amazonia