MPF/AC denuncia pecuarista por prática de trabalho escravo

O Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC) denunciou à Justiça Federal o pecuarista A.S.R., proprietário da fazenda Bom Futuro, em Rio Branco, por ter, em sua fazenda, mantido em condição análoga à escravidão o trabalhador Eliseu Xavier dos Reis, no mês de julho de 2009.

Pelo descrito na denúncia, assinada pelo procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, o trabalhador teria sido aliciado pelo pecuarista na cidade de Goiânia (GO), tendo recebido promessas de emprego em boas condições de trabalho para cuidar da fazenda de gado.  Ao chegar na fazenda o trabalhador verificou que as condições de trabalho eram péssimas, com jornada de trabalho de 7h da manhã às 7h da noite, intervalo de 30 minutos para se alimentar e sem descanso em fim de semana ou feriado.

A água oferecida ao trabalhador para beber, fazer sua higiene ou alimentação provinha de uma poça de água barrenta sem qualquer condição de potabilidade.  Também não era oferecida alimentação adequada, tendo o trabalhador passado fome a ponto de ter comido um bezerro que encontrou morto no terreno da fazenda.  A situação do trabalhador foi flagrada pelo Grupo de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego.

Além disso, o trabalhador teria recebido apenas um par de botas para sua proteção, que lhe teria sido cobrado, como também lhe foi cobrada a viagem de Goiânia a Rio Branco e a parca alimentação que lhe foi oferecida.  Essa cobrança fez com que o trabalhador adquirisse uma dívida para com o fazendeiro da qual dificilmente se livraria, tendo, por esta razão, ficado preso na fazenda, já que não tinha condições de quitar seu débito e retornar à cidade.

Caso o pecuarista seja condenado, poderá pegar pena de 2 a 8 anos de reclusão.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=365150

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