Morros discute projeto de lei que proíbe plantios de eucalipto

Mayron Régis

Os objetivos de uma audiência pública orbitam em torno da informação e do esclarecimento da sociedade a respeito de projetos e politicas que afetam de forma direta e indireta a vida das pessoas. As possibilidades prementes que projetos de plantios de eucalipto se implantassem no município de Morros incutiram ao longo do ano de 2011 uma série de discussões puxadas pela vereadora Nubia, pelas comunidades agroextrativistas e pelas organizações da sociedade civil com os propósitos de explicitar os impactos causados por esse tipo de plantio no meio ambiente e na vida das pessoas e propor uma lei que proíba os plantios de eucalipto dentro do municipio.

As pessoas acorreram para as quatro audiências públicas em vários pontos geográficos de Morros e nessa sexta feira dia 02 de dezembro de 2011 a sociedade civil se agrupará mais uma vez no auditório Clóvis Bacelar, as 8:30 da manhã, localizado na rua nossa senhora aparecida, município de Morros, para quinta audiência pública antes da apresentação do projeto de lei da vereadora Nubia. O projeto da vereadora nasceu da observação de que comunidades de Morros pressentiam e\ou sofriam ameaças para que saíssem “gentilmente” de seus territórios para a instalação de um projeto de plantio de eucalipto. Alimentou-se o projeto com informações sobre os danos aos recursos hídricos, a fauna e a flora e sobre o uso intensivo de agrotóxicos nos plantios para matarem os insetos e o mato.

O Inaldo, morador da Santa Cruz, Gleba Santa Cecilia, em oficina do Encontro de Lavradores do povoado da Onça, no ano de 2008, alertou os demais agricultores da oficina sobre a incidência desses projetos nas áreas de agricultura familiar e que na sua comunidade os funcionários de uma empresa imobiliária guarneciam a área para vendê-la.

Os moradores da gleba Santa Cecilia temiam que a qualquer hora algo ou alguém os obrigasse a “rasgarem” de suas terras onde plantavam sua mandioca, onde criavam seus animais, onde coletavam seus frutos, onde pescavam e etc, para se instalarem na periferia de Morros. Havia um pedido de vistoria da gleba adormecido nas gavetas do Incra. As entidades da sociedade civil, a prefeitura e o STTR de Morros cobraram que essa vistoria fosse feita. Concluiu-se o processo e falta a assinatura da presidente Dilma para que se desaproprie a área de mais de dez mil hectares do senhor Ribamar Lopes, ex-prefeito da cidade.

Caso o senhor Ribamar Lopes em parceria com a Franere houvesse concretizado a venda da terra, quem impediria a derrubada da mata para o plantio de eucalipto? A permanência das comunidades em Santa Cecilia obstruiu em grande medida quaisquer projetos que acorrentassem os recursos naturais. As comunidades de Zacarilândia, assentamento estadual na fronteira com São Benedito do Rio Preto, Morro Alto, Bacaba 2 e Jurema desfraldaram denúncias de grilagem de suas áreas com claro interesses de empresas de reflorestamento.

http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/2011/12/morros-discute-projeto-de-lei-que.html

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.