Lourenço Canuto, Repórter da Agência Brasil
Brasília – A legalização do trabalho dos pescadores artesanais, com o registro da atividade, e a abertura de novas fontes de financiamentos para o setor pesqueiro são as prioridades apontadas pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Luiz Sérgio, para que o país aumente o consumo per capita do produto e obtenha também mais renda com a comercialização. Ele lembra que o Brasil detém mais de 12% de toda a água doce do planeta, nos rios, lagos e reservatórios, onde a criação de peixes pode crescer até dez vezes mais.
A produção anual de pescados no Brasil chega a 1,2 milhão de toneladas por ano. Desse total, 416 mil se referem a criações em cativeiro – número “muito abaixo da capacidade do país”, segundo o ministro. Luiz Sérgio destaca que os pescados mais nobres estão em alto mar e que, por isso, o Ministério da Pesca e Aquicultura quer a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na política de financiamentos para o setor. Isso permitiria estimular a construção de embarcações de grande porte para a atividade em alto mar.
Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, programa feito em parceria entre a EBC Serviços e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Luiz Sérgio afirmou que o ministério procura dar incentivos para que o peixe chegue à mesa do brasileiro a preços mais acessíveis. Do dia 11 ao dia 24 deste mês, por exemplo, será realizada a Semana do Peixe, na qual redes de supermercados devem oferecer pescados a preços mais baixos visando “estimular o aumento do consumo da proteína mais saudável entre todos os tipos de carnes”.
Outra proposta do governo é aumentar a distribuição de pescados com a inclusão do produto na merenda escolar. A medida está sendo estudada em conjunto com o Ministério da Educação. Segundo Luiz Sérgio, a industrialização do produto permite que as crianças possam consumir o peixe sem espinhas, “quebrando um receio que havia antigamente”.
De acordo com o ministro, a legalização do trabalho dos pescadores artesanais pode ser feita nas representações do ministério, nos estados. Segundo ele, dessa forma, é possível aumentar a renda dos pescadores que não serão obrigados a vender seus produtos a atravessadores, reduzindo o lucro.
Edição: Lílian Beraldo