“Os desafios da Rio+20”, palestra de Ignacy Sachs, dia 8, na UnB

Ignacy Sachs, professor da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais, de Paris, falará na Universidade de Brasília dia 8 de setembro, quinta-feira, às 18 horas, sobre a Rio+20. A palestra será no Módulo Central do CET, no Campus da Av. L3 Norte.

Ignacy Sachs é socioeconomista e professor titular da École des Hautes Etudes en Sciences Sociales (HESS), de Paris, onde fundou em 1973 o Centro Internacional de Pesquisas em Meio Ambiente e Desenvolvimento, que dirigiu até 1985, e o Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo, do qual atualmente é co-diretor.

Sachs chegou ao Brasil pela primeira vez devido ao que ele chama de “um acidente biográfico”: como refugiado de guerra, em 1941. Era o último navio de rota que saía de Portugal antes da interdição bélica dos oceanos ocupados por submarinos, minas e mísseis. Fugitivo judeu de uma Polônia invadida pelo alemães nazistas, viu com encantamento o amanhecer na Baía de Guanabara. Ficou 14 anos e sempre voltaria. O “acidente biográfico” do então menino, nascido na Polônia, naturalizado francês e brasileiro de coração, rendeu muito para a ciência e para a civilização, começando pelo conceito de ecodesenvolvimento que, anos depois, deu origem a uma das expressões mais recorrentes e debatidas das ultimas décadas: o desenvolvimento sustentável.

Autor de mais de 20 livros sobre desenvolvimento e meio ambiente, o Professor Sachs trabalhou na organização da Primeira Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, durante a qual foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sachs foi também conselheiro especial da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992.

Desenvolvimentista, como Celso Furtado, Sachs aliou à agenda do crescimento os valores da justiça social. Adepto do planejamento, renovou essa ferramenta despindo-a do autoritarismo tecnocrático para vesti-la com o diálogo entre as vozes da cidadania, mediadas pela harmonização do poder público. Ao conjunto adicionou o que denomina ‘imperativo do equilíbrio ambiental’.

Vinte anos mais tarde, o Professor Sachs tem mais um encontro marcado com a história do desenvolvimento sustentável: em 2012, o Brasil sediará a Cúpula da Terra, o mais importante fórum da ONU sobre as agendas, compromissos e diretrizes para reconciliar o desenvolvimento e o meio ambiente. E apesar das dificuldades dos Estados em se comprometerem com a preservação do futuro de todos, ele está otimista: para ele, a dinâmica da Cúpula Rio+20 é bem mais favorável do que a vivida em 1992.

Nesta quinta-feira, 8 de setembro, o CDS tem o privilegio de ouvir o Professor Sachs mais uma vez, na série de palestras das Quartas Sustentáveis. Sachs se referirá aos objetivos da conferência e explicará por que a Rio+20 deve ser um ponto de ordenação de agendas. Segundo ele, os países membros das Nações Unidas devem sair dela comprometidos a trazer, num prazo de dois anos, seus planos de desenvolvimento sustentável e socialmente inclusivos. Ao mesmo tempo, para Sachs é imprescindível reconstruir ferramentas institucionais e reposicionar a velha casa das Nações Unidas para as gigantescas tarefas que temos diante de nós.

http://www.unbcds.pro.br/pub?CODE=01&COD=1&X=1409

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