O agronegócio: a produção de monoculturas em grande escala, baseado na tecnologia e produtos químicos
Por Janaina Strozake
Da Why Hunger / MST
O agronegócio é uma agricultura sem agricultores. Praticamente as únicas pessoas que vivem nas terras no Brasil nos dias de hoje são os guardas de segurança que são responsáveis pela propriedade – os trabalhadores vivem nos subúrbios e marginalizados da propriedade.
Investidores do agronegócio veem a terra como uma máquina que produz lucros, não importando o que se produza, e para ser usada até ao seu esgotamento. As suas decisões não levam em conta as pessoas que precisam e que vivem da terra.
A agricultura industrial, liderada pelo agronegócio, é um pacote tecnológico. O mesmo conjunto de tecnologias é utilizado da mesma forma em todas as regiões, independentemente das diferenças locais ou as habilidades e conhecimentos dos povos.
Não cria uma relação harmoniosa entre a Terra e os seres humanos porém para nós, os camponeses, obtemos tudo o que precisamos da terra. Por outro lado, temos a agroecologia: onde a propriedade e a posse da terra pode ser individual ou coletiva, mas sempre tendo em conta as decisões participativa e locais sobre o que, como e quando produzir alimentos.
Cada lugar no mundo deve criar a sua própria agroecologia. Ele não pode ser implementado a partir do exterior ou desde cima.
Agroecologia é uma forma de melhorar as relações entre mulheres, homens, jovens e idosos. Agroecologia deve ser uma aliança entre a cidade e o campo, e deve fazer parte dos movimentos sociais por mudanças estruturais contra o racismo e para eliminar a violência contra as mulheres.
Junto com a soberania alimentar, a agroecologia é parte da nova sociedade que queremos construir. Não há co-existência entre o agronegócio e a agroecologia. Esta é uma luta entre dois modelos diferentes e o agronegócio tem sido favorecido até agora.
Os modelos são tão diferentes que não há nenhuma maneira que eles possam coexistir. O agronegócio apenas aceita a agroecologia como uma “agricultura sustentável” que não ameaça a estrutura de suporte do agronegócio e usa a agroecologia para se legitimar como “verde”. Estes são dois pólos antagônicos da agricultura.