EUA espiaram grupos indígenas no Peru para defender empresas de mineração

Entre os “perigosos radicais” estava Pablo Solon, embaixador da Bolívia nas Nações Unidas. Noutro telegrama, a embaixada dos EUA em Lima assumiu a sua posição em favor das empresas de mineração e contra os indígenas.

A embaixada dos EUA em Lima, Peru, espiou activistas de movimentos de indígenas que se opõem à mineração nos seus territórios, revela um telegrama diplomático publicado pela WikiLeaks. Os movimentos de Evo Morales, presidente da Bolívia, Hugo Chávez, presidente da Venezuela e Pablo Solon, embaixador da Bolívia nas Nações Unidas, também foram cuidadosamente vigiados.

O telegrama indica que os EUA se concentraram nos activistas com maior destaque nas mobilizações contra a cimeira União Europeia-América Latina em 2008, que se realizou em Lima. A preocupação do embaixador era a de que “radicais” pudessem perturbar as manifestações confrontando forças de segurança mal preparadas.

Dentro do grupo de “perigosos radicais” a serem vigiados estavam a ATTAC, o grupo de esquerda France Amerique Latine, a organização ecologista espanhola Ecologistas en Acción e o grupo de investigadores-activistas baseado em Amsterdão Transnational Institute. Pablo Solon é duramente atacado, sendo descrito como um guru anti-comércio livre e globalização.

Noutro telegrama divulgado anteriormente, a embaixada dos EUA em Lima assumia a sua tomada de posição em favor das empresas de mineração e contra os indígenas. Em conjunto com diplomatas do Canadá, Reino Unido, Austrália, Suíça e África do Sul, embaixadores dos EUA formaram uma aliança com empresas de mineração, com o fim de melhorar o clima de investimento em minas. Os crimes ambientais e contra os direitos humanos cometidos por estas empresas em terras indígenas não são referidos no telegrama.

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